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Segundo filho, decisão acertada?
2007-04-12 12:40:01    cri

Segundo a política de planejamento familiar da China, apenas os casais de filhos únicos podem ter mais de um descendente. Agora, a primeira geração de filhos únicos chega à idade de ter filhos. Muitas pessoas perguntam quantas famílias poderão ter um segundo filho e, se tal possibilidade provocará uma nova explosão demográfica na China.

Importância do segundo filho

"Há uma preocupação generalizada de que os casais formados por filhos únicos possam procriar um segundo filho", revelou recentemente Li Yunli, subdiretora da Comissão Municipal da População e Planejamento Familiar de Beijing. Segundo ela, a idéia é resolver a escassez de mão-de-obra e o excessivo envelhecimento da população da Capital.

A política encorajou as aspirações da segunda paternidade de Xiao Yang, um jovem de 28 anos, recém-casado que, como sua esposa, é filho único, nascido no final dos anos 70. "Queremos um menino e uma menina. Como filho único, eu não tive irmãos e não desejo que o meu filho também cresça sozinho", afirma Xiao, cujos pais apóiam sua idéia.

O canal da cultural do Web Site Sina realizou, há pouco tempo, um encontro intitulado "A Solidão e o Sentimento da Geração de 80", na qual participaram 6.007 filhos únicos nascidos entre 1980 e 1989. No encontro, via site, 61,3 por cento deles considera que os filhos únicos se sentem sozinhos e não têm com quem compartilhar suas alegrias e suas tristezas. E, 66,9 por cento deles desejam ou desejavam ter um irmão. Talvez, por entenderem perfeitamente o conceito de solidão, 46,1 por cento deles querem ter dois filhos.

Grandes cidades, como Guangzhou e Shanghai, publicaram políticas para encorajarem o nascimento do segundo filho nas famílias de filhos únicos. Em Shanghai, foi anunciado um regulamento que determina que o segundo filho deve nascer com quatro anos de diferença do primeiro. Cheng Jun, natural de Beijing, tem uma filha de 12 anos de idade, mas quer ter outro filho. "Tenho três irmãos, e fazemos turno para cuidar dos pais anciões. Acredito que isto será mais difícil para minha filha no futuro, pois terá que cuidar dos sogros, além de nós dois," acrescentou. Se a família tiver dois filhos, o fardo de ter que cuidar dos anciões será menos pesado.

Sem muitos desejos de um segundo filho

Atualmente, em Guangzhou, há mais de 300 mil casais de filhos únicos. A primeira geração de filhos únicos se encontra em idade de casar e, segundo estatísticas, de janeiro a julho de 2006, mais de 7.100 filhos únicos, todos nascidos nos anos 80, se casaram em Guangzhou. Destes, 6.100 são mulheres. Há, ainda, 900 casais de filhos únicos. De acordo com Xie Guo´na, o subdiretor da Administração da População e Planejamento Familiar de Guangzhou, muitos casais não querem ter filhos. Além disso, alguns querem ter o segundo filho, porém, não possuem condições para sustentá-los. Para ele, um segundo filho nestas famílias não deverá incidir em um rápido aumento da população.

Lanzhi tem um filho de nove meses e não quer ter outro, todavia, sempre desejou ter uma menina. "Se eu ganhar cinco milhões de yuans na loteria, vou pensar em ter outro filho," brincou Lanzhi. Desde a gravidez, os gastos com remédios superaram US$ 1,3 mil, e o pó de leite para o menino custa US$ 65,7 por mês. E ainda gasta US$ 158 com a babá. No total, possui um gasto de US$ 263 com menino, o que equivale a todo o seu salário mensal. Sem contar a preocupação com a educação da criança que, seguramente, vai representar um montante significativo no orçamento familiar.

Segundo uma entrevista concedida por Xu Anqi, sociólogo da Academia de Ciências Sociais de Shanghai, o custo, nas cidades, para manter uma criança até a idade adulta é de aproximadamente US$ 64,5 mil. O resultado chamou a atenção nacional e muitos pais residentes em cidades expressaram preocupação por este fato. Uma outra pesquisa realizada recentemente por Sina mostra que 66,89 por cento dos casais não querem o segundo filho devido ao custo que é manter uma criança.

Um estudo realizado pela Administração da População e Planejamento Familiar de Guangzhou mostra que há seis fatores que dificultam a chegada do segundo filho. Dentre eles estão: o elevado custo para proporcionar uma boa educação, a acirrada competição social e a tentativa de manter um bom nível de vida para o próprio casal.

Zhang Jun, casado há três anos, ainda não possui planos de ter filhos. Apesar das reclamações dos seus pais, o casal segue aproveitando a vida a dois. "Ainda não temos uma situação econômica favorável nem para nós dois, portanto, ainda não estamos em condições de pensar em termos filhos", se queixa Zhang Jun.

Segundo, Zhou Changhong, professor do Instituto da Administração da População de Nanjing, em Shanghai, somente de 20 a 30 por cento dos casais de filhos únicos tiveram o segundo herdeiro. Ele considera que, quanto maior o salário e mais elevado o nível cultural do casal, menor é a possibilidade de terem o segundo filho. É uma lei não escrita tanto para a China quanto para o mundo em geral, pois o fator econômico desempenha um papel mais importante na atualidade.

Segundo, sim, mas não para todos

A diferença da nova geração de filhos únicos é que os mais ricos querem uma maior flexibilidade na política demográfica. Alguns representantes da Assembléia Popular da China (APN), órgão legislativo do país, propuseram "o segundo filho para os casais com boa qualificação profissional e acadêmica". A proposta provocou ampla discussão na sociedade, porém, os departamentos de planejamento familiar responderam, unanimente, que "não". "O alto nível acadêmico não implica na boa qualidade dos descendentes," sublinhou Li Yunli. 

Assim, o Estado transferiu para os governos locais das provinciais, as decisões para este assunto. Henan, a província mais populosa, com cerca de 100 milhões de habitantes, expressou claramente que ainda não tem planos para viabilizar a proposta. E não permite, de forma alguma, o segundo filho nem para os casais de filhos únicos. "Mais nascimentos não resolverão o problema do envelhecimento", enfatiza Yu Xuejun, diretor dos Assuntos Políticos e Jurídicos da Comissão Estatal da População e Planejamento Familiar, "para resolver este problema, o mais importante é acelerar o desenvolvimento econômico e, em paralelo, estabelecer e aperfeiçoar o sistema de previdência social."

 
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