No dia 18 de março, o Banco Popular da China (BPC), o Banco Central do país, anunciou o terceiro aumento da taxa de juros desde o ano passado. O BPC indicou que o aumento da taxa de juros orientará o crescimento racional do empréstimo de crédito e investimento, salvaguardará a estabilidade do nível dos índices de preço e ajudará a estabelecer o funcionamento estável do sistema financeiro.
Através dos índices econômicos registrados nos primeiros dois meses é perceptível o objetivo do aumento da taxa de juros. Durante estes meses, o crédito de empréstimo prestado pelos bancos chineses aumentou cerca de US$ 132 bilhões, enquanto o superávit do comércio exterior vem registrando recordes históricos. Apesar de ser temporariamente controlado, o investimento sofre a pressão do aumento.
O diretor do Instituto das Finanças da Universidade Popular da China, Chen Yulu, afirmou em uma coletiva de imprensa que o aumento visa controlar a expansão do empréstimo de crédito.
"O Banco Central queria transmitir, através do aumento da taxa de juros, o sinal da deflação. Caso o excesso de circulação de moeda e o empréstimo de crédito não sejam controlados, é possível que ocorra mais um aumento."
Na última reunião anual da Assembléia Popular da China (APN), realizada no mês passado, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, indicou que atualmente o desenvolvimento da economia ainda enfrenta diversos problemas e contradições, como o excesso de investimento nos bens fixos, da circulação de capital bancário, do empréstimo de crédito, e o superávit nos comércio exterior.
No relatório de trabalho do governo, Wen frisou que neste ano o governo empregará diversas políticas monetárias para ajustar o volume de empréstimos de crédito e atenuar o excesso da circulação de capital bancário. Ele acrescentou que o governo manterá as barreiras de tecnologia, a proteção ambiental e a segurança, além de redenção de terrenos para controlar o investimento nos bens fixos.
Os analistas consideram que neste ano o reajuste de investimento nos bens fixos através do mercado também será fortalecido. O previsto é que haverá uma queda nos investimentos nos setores em que existe ou ocorrerá o excesso da capacidade de produção. O secretário-geral da Associação dos Estudos sobre Macro-Economia da China, Wang Jian, salientou:
"Os empresários perseguem o lucro. Porém, devido ao aumento de investimentos de todas, o lucro da próxima fase para as empresas não será tão alto como nos últimos anos. Na verdade, já estamos vendo hoje em dia a queda do lucro dos setores mais desenvolvidos no último período."
Nos últimos anos, em comparação ao setor de investimentos, o setor de consumo vem se tornando um problema que dificulta o desenvolvimento sadio da economia chinesa. O premier chinês referiu no seu relatório de trabalho que vai expandir a procura interna do país e aumentar a receita dos habitantes urbanos e rurais economicamente desfavorecidos, além de consolidar a circulação comercial e a construção do sistema de mercado nas zonas rurais, e melhorar o ambiente de consumo das áreas rurais. Segundo o projeto promovido desde 2005 pelo Ministério do Comércio da China, neste ano, serão abertas nas zonas rurais 250 mil lojas de venda a varejo que irão cobrir 75% dos distritos do país, fornecendo aos habitantes rurais produtos e serviços qualificados e convenientes.
O diretor do Instituto da Economia da Universidade de Beijing Liu Wei considera que o governo consolidará investimento na previdência social e caridade, beneficiando os habitantes economicamente desfavorecidos, ele disse:
"Quanto mais rápido o aumento da renda das pessoas da classe alta, mais concentrados serão os benefícios trazidos pelo crescimento da economia. Apesar de tudo, o consumo dessas pessoas ocupam uma parte mínima da sua renda. Por isso, o benefício do crescimento da economia não poderá ser convertido em consumo de suficiente envergadura."
O superávit do comércio exterior é outra questão que a economia chinesa está enfrentando. O tema causa frequentemente os litígios entre a China e seus principais parceiros comerciais, e o excesso da circulação da moeda chinesa. O presidente do BPC, Zhou Xiaochuan, frisou que o país empregará o reajuste da estrutura econômica como o principal instrumento para equilibrar as importações e exportações:
"A aplicação de políticas de reajuste da estrutura econômica constitui a melhor medida para equilibrar a importação e exportação do país. Expandir o consumo interno e o setor de serviços serão a base para a aplicação das políticas. Além disso, as políticas futuras estimularão, através do cancelamento de algumas barreiras políticas, a importação. Por fim, o investimento das empresas chinesas no exterior também é importante."
Conforme a previsão do Departamento de Pesquisas do BPC, o aumento da exportação da China recuará neste ano, enquanto a taxa de devolução de imposto sobre os produtos de alta tecnologia e eletromecânicos diminuirá, a fim de melhorar a estrutura de exportações.
Atualmente a reserva de divisas estrangeiras da China ultrapassa a casa de US$ 10 trilhões. Para um país que está em rápido crescimento, as divisas estrangeiras estimularão o crescimento econômico e fortalecerão o poder do país. Porém, o súbito do valor de divisas estrangeiras poderá trazer instabilidade financeira. Os dólares americanos representam grande parte das divisas estrangeiras da China, por isso, o país vai estabelecer uma empresa específica para diversificá-las. Sobre a questão, o ministro das Finanças da China, Jin Renqing, disse:
"A China estabelecerá uma empresa subordinada ao Conselho de Estado para administrar, aprendendo com experiências internacionais, o investimento das divisas estrangeiras. Com o pré-requisito de garantir a segurança dos investimentos, o país irá buscar o maior retorno de benefícios e lucros."
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