Dois anos atrás, o Banco BNP Prime Peregrine divulgou um relatório de pesquisa, segundo o qual, os jovens chineses que nasceram após a promulgação da política de planejamento familiar estão se tornando a força motriz do consumo da China. Eles se interessam pelas marcas famosas, moda e funcionalidade dos produtos, impulsionando a inovação do setor industrial do país.

Em 2006, algumas marcas internacionais reajustaram de acordo com o gosto da geração de 80 suas estratégias de marketing na China. Apesar da definição sobre a idade de seus clientes, de 8 anos a 80 anos, a marca de relógios Swatch escolheu Li Yuchun, ídolo da geração de 80, para ser a menina-propaganda na China, enquanto a Coca Cola estabeleceu laços com uma empresa de jogos online conhecida entre as pessoas da mesma faixa etária para realizar conjuntamente propagandas e promoções comerciais.

Ao mesmo tempo, as marcas nacionais também começaram a prestar mais atenção à geração de 80. Em dezembro do ano passado, a Lenovo lançou no mercado um celular com design arrojado, simbolizando o fim de sua imagem de produto destinado aos negócios. O vice-diretor executivo da Lenovo, Liu Zhijun, disse que a venda de um modelo de celular depende do gosto dos jovens:

"A popularidade de um modelo de celular está relacionada ao reconhecimento da geração de 80. Por isso, temos que criar designs voltados ao gosto dessa geração, especialmente quanto à aparência e funções de divertimento."

As instituições financeiras do país também lançaram no ano passado diversos produtos voltados à esta geração. Neste ano, em apenas 21 dias, o China Merchant Bank conseguiu vender 60 mil cartões de crédito estampados com a Hello Kitty, personagem de desenho que tem a maior popularidade entre as jovens chinesas. Outro cartão de crédito, com o tema do MSN, foi aprovado pelos jovens de classe média. O vice-diretor do banco, Tang Zhizhong, afirmou:

"Também lançamos cartões de MSN, que são designado para as pessoas que trabalham em escritório. O cartão foi bem aceito e até agora emitimos mais de 600 mil deste tipo."

Conforme pesquisas, a geração de 80 da China representa um grupo de 280 milhões consumidores potenciais, com interesse em vestuário, electrônicos e digitais, divertimento, produtos criativos e de animação. A ansiedade da geração de 80 em relação à moda estimula a inovação dos produtos.

A jovem Yanzi, que pertence à geração de 80, gosta de gastar em produtos de moda. Compra pela internet roupas e produtos digitais. "Além de serem mais baratos que em lojas comuns, os produtos na internet são mais recentes e diversificados", justificou.

"Frequentemente navego no site M-zone, onde posso encontrar notícias. Por exemplo, recentemente, Pan Weibo, um cantor chinês realizou um show em Beijing, que todos os usuários do M-zone puderam assistir. Sinto que somos privilegiados, por isso gosto de participar desses eventos."

A editora-chefe executiva da revista de moda City Pictorial, Li Hui, considera que as pessoas da geração de 80 são mais fiéis às marcas que as outras gerações. 

"Os procedentes da geração pós-80 consideram que produtos com qualidade e preço acessível é o mais importante, enquanto para as pessoas da geração pós-80 os significados culturais contidos nas marcas, gostos e a moda possuem maior valor."

Além seguir a moda dos cantores, a internet e os produtos digitais, os conceitos de consumo das pessoas da geração de 80 também são mais avançados. Elas utilizam mais o cartão de crédit. Porém, muitos deles não sabem muitas informações sobre um atraso eventual no caso de reembolso de dívidas. Muitas vezes não são informados de que o registro de crédito possui efeitos a longo prazo.

Segundo o pesquisador da Academia de Ciências Sociais da China Zhou Xiaozheng, para evitar o consumo excessivo deve-se orientar as pessoas da geração de 80. 

"As pessoas da geração de 80 já têm mais de vinte anos de idade, entre as quais algumas já estão casadas e tiveram filhos. Entretanto, o mundo é cheio de oportunidades e infinidades, por isso, temos que promover um conceito de consumo sustentável."

Zhou avaliia que daqui a cinco a dez anos, as pessoas da geração de 80 se tornarão a base da economia da China. "A população elevada e a estrutura de consumo do país necessita tanto do consumo como a contribuição das pessoas desta geração para a economia nacional", considerou o pesquisador.