A China agora está enfrentando o problema do desequilíbrio do comércio, situação pela qual muitos outros países ocidentais já passaram durante o período de desenvolvimento. Como equilibrar o crescimento do comércio tornou-se neste ano uma questão muito importante na agenda do governo chinês. O economista Li Yining recomenda aumentar as importações, a fim de minimizar o crescente superávit.
Li Yining, membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPCh), propôs incentivas as importações do país nos campos de aquisição de maquinaria e equipamentos, além do estoque de reservas e matérias-primas, para equilibrar o comércio da China com os outros países.
Durante uma entrevista à CRI, Li disse que as importações de maquinaria e equipamentos necessitam ser expandidas para serem substituídos os recursos fixos velhos. Ele avalia que a introdução de equipamentos avançados ajudará a aumentar a eficiência e cortar custos de fabricação.
"Os recursos fixos foram introduzidos em algumas fábricas no inicio dos anos 90. Naquele tempo, a consciência de proteção ambiental não era tão forte e popularizada como atualmente. Se agora as fábricas não atualizarem seu equipamento, serão eliminadas do mercado internacional."
Li indicou que o setor eletro-intensivo ocupa uma grande proporção nas exportações da China. Segundo ele, os lucros agregados desse setor são limitados, principalmente em processamento.
O economista propôs também o aumento de importações de commodities, incluindo os produtos derivados do petróleo e de agrícolas, enquanto seus preços no mercado internacional são razoáveis.
Li Yining considera que as companhias domésticas devem aumentar o investimento no exterior para importar mais matérias-primas. Ele acrescentou que as empresas devem ser independentes e inovadoras, além de utilizar os materiais importados para criar suas próprias marcas. "Através da concretização desse objetivo, a China ampliará suas importações e as companhias obterão lucros maiores", avaliou.
Na semana passada, no relatório de trabalho do governo, o premier Wen Jiabao confirmou que o país envidará os esforços para reajustar a estrutura de importações e exportações, de modo que o modelo do crescimento do comércio possa ser equilibrado.
O superávit do comércio da China atingiu no ano passado US$ 177,5 bilhões, registrando um aumento de 74% em comparação a 2005.
Li disse que os produtos, especialmente das indústrias leves, como de vestuário, têxtil e sapatos, mais baratos que nos Estados Unidos e na Europa ocidental, são a contribuição principal ao superávit do comércio.
De acordo com o economista, outro fator subjacente do superávit do comércio é o embargo da venda de armas de alta-tecnologia contra a China, imposto por alguns países.
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