O desequilíbrio no desenvolvimento das zonas urbanas e rurais chinesas se converteu num sério fator que impede o crescimento económico balanceado do País, chamando atenção de mais e mais economistas. Sobre isto, nossa reportagem teve recentemente uma entrevista com o diretor da Faculdade de Administração Pública da Universidade de Agricultura da China, professor Zhang Zhenghe.

Zhang disse que durante suas atividades académicas e viagens turísticas, teve contatos com muitos especialistas e turistas estrangeiros. Os que chegaram pela primeira vez à China comentaram, após ter visitado Beijing, Shanghai, Guangzhou, Shenzhen e Hong Kong, que a China, com cidades modernas, hotéis de luxo, serviços infraestruturais perfeios e um nível de vida relativamente alto, é um país desenvolvido, não inferior a São Francisco, Los Angeles, Tóquio, Londres e Paris. Os que estiveram em Henan, shanxi, Shaanxi, Xinjiang e o nordeste da China, onde comiam e se alojavam em cidades capitais de distrito, consideraram que a China é um país de ingressos médios. Os que levavam muito tempo trabalhando na China, tenham um profundo conhecimento das zonas rurais e tinham estado no campo de Gansu, guizhou, Qinghai e Mongólia Interior ou vivido certo tempo em povoados e aldeias, acreditaram que a China é um país muito atrasado em desenvolvimento.

Por que há tanta diferença entre seus comentários? Porque tinham experiência em diferentes localidades. Daí se ve que o desnível entre as cidades e o campo da China é muito grande.

Segundo Zhang Zhgenghe, o desenvolvimento desequilibrado e a crescente brecha entre as zonas urbanas e rurais chinesas constituem uma das contradições acusadas que existem na vida económica do país. A brecha é multifacética.

Primeiro, a diferença de ingressos entre a população urbana e a rural. Segundo, a diferença entre a educação urbana e a rural. Terceiro, a diferença de assistência médica entre as zonas urbanas e rurais. Quarto, a diferença de consumo entre as cidades e o campo. Quinto, a diferença no emprego. Sexto, a diferença no investimento governamental nos serviços públicos.

Sobre a promoção do desenvolvimento harmonioso entre as cidades e o campo, Zhang Zhenghe sustenta que a igualdade de oportunidades é mais importante que a de ingressos. Para dar uma solução eficaz deste problema, há que ter uma visão estratégica de longo alcance na elaboração de medidas políticas. Ele disse que a política deve ter continuidade, modificando, por exemplo, a redistribuição de ingressos em ordem inversa entre as cidades e o campo, isentando parcial ou totalmente os impostos agrícolas e eliminando, passo a passo, as condições restritivas para o trabalho de camponeses imigrados nas cidades. Além disso, é necessário reforçar a educação obrigatória nas zonas rurais e popularizar o sistema de seguridade para o nível de vida mínimo nas mesmas e elevar gradualmente o nível de seguridade social, ao mesmo tempo que por meio do fortalecimento da educação básica, há que intensificar a capacitação profissional e elevar continuamente a capacidade de trabalho dos coletivos de ingressos baixos, o que servirá para reduzir o desnível de ingressos entre as zonas urbanas e rurais.