O crescimento do PIB (produto interno bruto) da China se desacelerará de 10,5% neste ano e cerca de 10% em 2007, graças ao controle macroeconómico exercido pelas autoridades chinesas, segundo a previsão de um recente relatório.
O documento, elaborado pelo Instituto de Economia da Universidade do Povo Chinês e a Corporação de Gestão de Créditos Chengxin, indica que após o auge registrado em 2006, o crescimento do PIB chinês mostrará uma desaceleração com a aplicação das políticas de controle macroeconómico mais estrito em 2007.
O PIB chinês crescerá 10,48% neste ano, com um ascensão de 27% dos investimentos em ativos fixos, a subida de 1,5% do Índice de preços ao Consumo (IPC), o crescimento de 14,9% da M1 (dinheiro em efetivo em circulação mais os depósitos à vista de empresas) e uma ascensão de 17,2% da M2 (dinheiro em efetivo em circulação e todos os tipos de depósitos), assim como o incremento de 27,2% das importações e 23,4% das exportações.
O crescimento do PIB da China começou com sua desaceleração na segunda metade deste ano, o que mostra, segundo o relatório, que as políticas de controle macroeconómico têm produzido efeitos, tendência que possivelmente, continue no próximo ano, de acordo com o relatório.
Assim mesmo, o documento assinala que os investimentos em ativos fixos ascenderão 23% em 2007, o que representa 3,65 pontos porcentuais menos do que a média anual entre 2003 e 2006.
A desaceleração do crescimento destes investimentos provocará a debilidade do crescimento económico impulsionado por eles e a improdutividade de alguns setores de recursos. O documento considera como aceitável um crescimento de entre 25 e 27% dos investimentos em ativos fixos.
Por outra parte, em 2007, poderão surgir ameaças deflacionistas, se o crescimento da demanda acumulada se desacelera, de acordo com o relatório, que sugere que as políticas de controle macroeconómico da China concentrem sua atenção de curto prazo à prevenção de um excessivo crescimento do PIB.
O relatório destaca a necessidade de os governos locais destinarem maior porcentagem de investimentos ao setor público das vastas zonas rurais do País.
A valorização do Renminbi, moeda chinesa e sua margem de flutuação de 0,3% frente a moedas estrangeiras devem ser igualmente ampliados para permitir uma valorização real de entre 3 e 5%.
Por outro lado, com a vista de prazo longo e médio, é necessário impor um controle mais estrito sobre o solo e a concessão de empréstimos, assim como elevar os critérios para o acesso ao mercado para garantir a eficiência energética e a redução da contaminação.
A "estabilidade" se tornará uma característica destacada da política macro-econômica a ser promovida pela China no próximo ano. Em recente conferência nacional sobre a economia, o governo central considerou como a tarefa mais importante a manutenção do estável e rápido desenvolvimento económico, com a finalidade de prevenir grande recessão económica.
"O Banco Mundial mantem uma atitude optimista quanto às perspectivas do crescimento económico da China no próximo ano", afirmou o diretor do Birô da China do Banco Mundial, David Dollar. Ele previu que em 2007, a China vai desacelerar o crescimento económico, em pequena extensão, mas ainda manterá uma tendência de forte aumento, com 9,6%.
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