Mais de 200 especialistas e funcionários se reuniram entre 1º e 2 deste mês, na província oriental chinesa de Jiangxi para discutir sobre a gestão sustentável dos lagos na XI Conferência Internacional de Lagos.
A conferência, a primeira do tipo celebrada na China, é uma plataforma em que os participantes compartem suas experiências sobre o equilíbrio entre o desenvolvimento agrícola e a proteção dos lagos, afirmou Marion Hammer, presidente do Fundo para a Natureza Global, organizador da conferência.
Assim mesmo, os participantes discutiram sobre a gripe aviária e a conservação dos habitats dos animais selvagens.
Apesar dos grandes esforços para proteger os lagos, a situação atual continua sendo preocupante e mais da metade dos 25 lagos que integram a Rede de Lagos enfrentam graves problemas causados pela contaminação agrícola.
Além disso, a crescente população, a industrialização e a urbanização produziram um forte impacto sobre a biodiversidade dos lagos.
Por este fim, Marion exortou que os governos e as organizações internacionais façam esforços para conter a contaminação dos lagos e reforçar sua proteção de terras húmidas.
A Rede de Lagos, formada por 43 membros, foi criada em 1998 pelo Fundo para a Natureza Global com o objetivo de reforçar a proteção, a restauração e reabilitação dos lagos, terras húmidas e outros recursos de água doce.
O Lago Poyang em Jiangxi, o maior de água doce da China, se incorporou à rede em 2003. Anteriormente, a organização promoveu duas edições da conferência em países asiáticos, respectivamente no Japão e nas Filipinas.
Recentemente, o vice-ministro chinês da Administração Estatal de Proteção Ambiental, Zhu Guangyao informou nesta conferência realizada em Jiangxi que cerca de mil lagos desapareceram nos últimos 50 anos.
Segundo ele, 75% dos 20 mil lagos naturais e mil de artificiais da China estão contaminados por alga devido ao despejo de água residual que contem nitrogênio, fósforo e outras substâncias prejudiciais.
Por exemplo, na província de Hubei, centro do país, conhecida como o paraíso dos lagos, desapareceram 217 lagos com uma área superior a um quilómetro quadrado desde 1950, quando havia 522 lagos espalhados em toda a região.
A superfície total dos lagos naturais de Hubei desceu para 2438 quilómetros quadrados, cifra esta representando 34% menos que há 50 anos.
Na China, há 361 mil quilómetros quadrados de lagos e 90 mil quilómetros quadrados de terras húmidas, com a reserva de água potável de 226 bilhões de metros cúbicos.
As causas principais deste fenómeno são as excessivas atividades agrícolas, afirmou Zhu, assinalando que o mal uso de água e a contaminação destruíram sistemas ambientais em lagos e terras húmidas.
Na 2ª edição do Fórum Internacional de Terras Húmidas" realizada no dia 20 de Outubro, em Hangzhou, leste da China, o sub-diretor da Administração Estatal de Silvicultura da China, Zhang Jianlong disse que das mais de 470 reservas de terras húmidas, 45% estão sob a proteção e 30 foram incluídas na lista internacional das importantes terras húmidas.
Ele assinalou que a China definiu a proteção de terras húmidas como projeto de construção ecológica e ratificou o programa nacional sobre a proteção de terras húmidas, com o qual, a China colocará, em 2010, 50% das terras húmidas na esfera de proteção.
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