A água desde há muito se tornou um mote de preocupação global. Por isso, os recursos hídricos são tidos como estratégicos para o desenvolvimento e estabilidade de uma nação.
A China enfrenta um forte desequilíbrio na distribuição natural de seus recursos hídricos, pois cerca de 60% de suas reservas estão concentradas no sul do país. Ao mesmo tempo, a distribuição per capita destes recursos é de apenas 2.200 metros cúbicos por ano. Das 669 cidades chinesas, mais de 400 enfrentam sérios problemas com o abastecimento e a falta deste recurso chega a 40 bilhões de metro cúbicos anualmente.
Por outro lado, devido ao rápido desenvolvimento econômico e à falta de medidas para combater a poluição, muitos rios e lençóis freáticos acabaram contaminados em diferentes graus. Desta forma, a segurança do abastecimento de água potável está relativamente comprometida, tornando difícil o acesso ao produto por parte das populações locais.
Segundo fontes oficiais, cerca de 300 milhões de camponeses não tem acesso à água de boa qualidade. Por isso, a garantia ao acesso à água potável é uma tarefa primordial dos governos de diversos níveis do País, pois isto não apenas é uma exigência para a construção da sociedade modestamente confortável, como também uma exigência inevitável para a construção de uma sociedade harmoniosa socialista.
Durante a reunião especial para proteção dos recursos hídricos nacionais, realizada no dia 26 de Agosto, em Nanjing, o clima não era de muito otimismo em relação ao problema.
Segundo um relatório publicado em junho deste ano pelo Birô Geral de Supervisão Ambiental da China, a qualidade da água em 16 cidades não corresponde ao padrão estipulado pelo Estado.
Os acidentes também ameaçam a segurança dos recursos hídricos. No ano passado, 76 casos foram notificados à Administração Estatal de Proteção Ambiental. No primeiro semestre deste ano, a Administração já recebeu 86 notificações. Com base nesses indicadores, a poluição dos recursos hídricos provocada por acidentes já se tornou o problema mais grave para a segurança de suas fontes.
A má distribuição dos segmentos industriais também foi mencionada pelo relatório. Segundo o resultado de uma grande campanha nacional de fiscalização da segurança ambiental realizada entre 2005 e 2006, dos 7.555 projetos petroquímicos vistoriados, 1.354 estão localizados à beira de rios, lagos, mares ou reservatórios e 2.489 perto de cidades ou zonas densamente habitadas. As conseqüências de eventuais acidentes nessas plantas são inimagináveis.
No dia 21 de julho, em Beijing, o Conselho de Estado promoveu uma reunião sobre a prevenção da poluição hídrica em todo o território nacional, o vice-primeiro?ministro, Zeng Paiyan, assinalou que a poluição hídrica já se tornou um importante fator que restringe o desenvolvimento econômico, prejudica a saúde da população e afeta a estabilidade social.
Zeng Peiyan exigiu que as regiões e departamentos concernentes nacionais elevem o senso de responsabilidade para conterem a poluição dos recursos hídricos.
Ele disse que em primeiro lugar, é necessário controlar rigorosamente o volume total dos despejos. Em virtude disso, ele exigiu o reajuste da estrutura industrial, determinando que o Estado supervisione e transforme mais de 3.200 empresas poluidoras.
O vice-primeiro-ministro também destacou a necessidade de se empenhar no tratamento dos rios e lagos poluídos. Quanto à construção das instalações do tratamento de esgotos nas cidades e vilas, ele frisou que até 2010 o índice do tratamento nas cidades deverá chegar a 70%, contra 60% do lixo.
Além disso, ele exigiu a prevenção de casos que ameacem a segurança dos recursos hídricos, o reajuste da estrutura econômica e a garantia do abastecimento de água potável.
Com base nisto, Zen Peiyan enfatizou que os governos de diversos escalões deverão assumir sua própria responsabilidade pela prevenção da poluição dos recursos hídricos, enquanto, periodicamente, as autoridades centrais determinarão novas fiscalizações e publicarão seus resultados.
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