O Escritório Nacional de Estatísticas revisou de 9,8% para 10,2% a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) chinês em 2005. De acordo com as autoridades, a soma das riquezas produzidas no país totalizou US$ 2,29 trilhões.
A China acumulou altas taxas de crescimento no último triênio: 10% (2003), 10,1% (2004) e 10,2% (2005).
O setor primário conheceu uma expansão de 5,2%, totalizando US$ 287,7 bilhões, o secundário 1,089 trilhão, com um aumento de 11,7% e o setor terciário subiu 10%, movimentando US$ 912 bilhões, com aumento de 10%.
O presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, Ben Bernanke, classificou como "remotas" as possibilidades de uma crise econômica na China, mas não excluiu a possibilidade de a economia chinesa enfrentar um "pouso forçado".
Na carta que enviou no dia 30 de agosto ao presidente da Comissão Monetária do Senado, Richard Shelby, ele avaliou que "num futuro imediato, são remotas as possibilidades de uma crise econômica na China. Apesar de o setor bancário chinês acumular uma grande soma de empréstimos duvidosos, o país conta com suficientes recursos e o governo chinês não ficará de braços cruzados ante possíveis casos de falência do setor bancário".
No dia primeiro de setembro, o Senado foi autorizado a publicar os principais trechos da carta. O presidente do Fed argumenta que uma eventual crise monetária na economia chinesa é inviabilizada pelas vastas reservas cambiais do país.
Ele, contudo, manifestou que não se pode excluir totalmente a possibilidade de a economia chinesa chegar a um "pouso forçado". Neste caso, projeta, o ritmo de crescimento econômico chinês se desacelerará, pois o governo se esforçará para conter a expansão dos investimentos em ativos fixos.
Em resposta à tese de Bernanke, especialistas consideram que o risco de um "pouso forçado" da economia chinesa provém do exterior.
Durante a entrevista com o "Primeiro Diário Financeiro", o economista - chefe do Banco do Desenvolvimento Asiático (ADB, na sigla em inglês) na China, Tang Ming afirmou que o "pouso forçado ocorrerá em um ou dois anos". O diretor do Escritório de Estudos Teóricos da Academia de Ciências Sociais da China, Liu Xiahui, concorda com a tese de Bernanke, mas considera que o risco de um "pouso forçado" está no comportamento do mercado externo.
Tang Ming considerou que é relativamente positiva a tese de Bernanke, mas que o controle do superaquecimento da economia nacional será decisivo para eliminar alguns riscos.
Para Liu Xiahui, o risco de uma crise econômica na China ainda é muito baixo, pois os investimentos estão numa faixa de controle, enquanto os preços se situam num nível relativamente baixo. Ele afirmou que economia chinesa tem algumas "doenças crônicas", como a diferença entre ricos e pobres e os impactos sobre o meio ambiente, mas frisou que eles não devem se agravar repentinamente.
Tang Ming alertou que China deve se manter vigilante em relação à situação econômica dos Estados Unidos. Em sua avaliação, uma leve desaceleração no ritmo de crescimento da economia norte-americana ajudaria a China a reajustar sua economia e a conter o seu superaquecimento. Porém, caso ocorra uma forte desaceleração, isto afetará a China. Considerando a atual situação, afirmou, há grandes possibilidades de um rápido desaceleramento da economia norte-americana num futuro próximo.
Liu Xiahui, por outro lado, sugeriu ao governo que apresse e reajuste a abertura ao exterior e adote medidas concretas para limitar os impactos a esferas parciais da economia nacional.
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