Na China, há mais de dez anos, o encontro com estrangeiros nas ruas era uma novidade para os chineses, que merecia o tema dos amigos, quando batiam papo. No entanto, agora, pode-se vê-los por toda parte em qualquer metrópole ou até mesmo em pequenas cidades. Segundo estatísticas, o número dos estrangeiros que entraram e saíram na China em 2005 atingiu mais de 40 milhões. Até o final do ano passado, o número dos estrangeiros que conseguiram os cartões de residência chegou a mais de 380 mil.

-- Cerca de 150 mil estrangeiros registram emprego na China --

Segundo dados, até fins de 2005, 150 mil estrangeiros registraram seu emprego no interior chinês. Eles são do Japão, Coréia do Sul, Cingapura, Estados Unidos e diversos países europeus. A maioria deles receberam educação superior, sendo administradores de alto nível nas empresas de capital exclusivamente estrangeira ou nas de joint-venture ou dedicando-se aos trabalhos profissionais de alta tecnologia. Em Beijing, Shanghai e Guangzhou há estrangeiros que trabalham como cabeleireiros, cozinheiros, médicos e pilotos.

Conforme estatísticas do Ministério da Educação da China, de 1950 ao final de 2005, o país recebeu 880 mil estudantes estrangeiros. Eles estudaram o chinês e as disciplinas de medicina e economia. O ano de 2005 foi quando a China recebeu a maior quantidade de estudantes estrangeiros, chegando a 141 mil, com um aumento de 27,28% em relação ao ano anterior. Até o dia 30 de junho deste ano, o Ministério da Segurança Pública da China concedeu o "Cartão Verde", cartão de residência permanente às 1189 pessoas procedentes de 34 países como EUA, Canadá, Cingapura, Japão, Austrália e França.

-- Estrangeiros vivem cada dia mais livremente na China

A entidade onde trabalha a professora Gan Qihua começou a formar pessoais do comércio exterior desde 1979. Ela ensinou a língua chinesa há dezenas de anos. A maioria dos seus estudantes é provinda do Japão e Coréia do Sul.

Os pais de Liu Jiabao, italiano, eram naturais de Hong Kong, imigrantes na Itália. Com cabelos compridos, Liu Jiabao é um fanático por futebol. Conduzido pelos pais, ele escolheu uma universidade de Beijing para estudar. Liu disse que é muito fácil a vida em Beijing, como numa metrópole internacionalizada. "Os chineses são amigáveis com os estrangeiros".

Uma jovem mexicana de 20 anos estudou por um ano na Universidade de Economia e Comércio Exterior como intercambista na China. Logo após a chegada a Beijing ela não se adptava, nem conhecia menu no restaurante chinês. A cada dia das primeiras duas semanas, ela telefonava aos seus pais para narrar os sofrimentos. Logo depois, descobriu que os chineses são simpáticos com os estrangeiros, ajudando-na quando ela perdia o caminho.

Os professores da universidade preocuparam-se muito com seu estudo e sua vida. Porém, nas primeiras férias de inverno, ela viajou para cerca de dez localidades como Shanghai e Mongólia Interior por dois meses, mostrando que havia superado a diferença cultural. A jovem sentiu-se muito livre e segura durante a viagem pela China como uma estrangeira, onde contou com a ajuda de muitos chineses, sem nenhum problema de segurança.

Nos anos 70 e 80, um rapaz suiço, com as mesmas sensações da jovem mexicana, estudava a língua chinesa na Universidade de Nanjing, e, agora, trabalha na China como enviado por uma organização internacional. Naquela época, ele queria visitar o Tibete. Com a ajuda de um tcheco, ele conseguiu um salvo-conduto para ir a Lhasa. Hoje em dia, ele pode viajar por muitos lugares chineses sem demais preocupações.

-- Aumenta o número daqueles que entram, residem e trabalham ilegalmente na China --

Segundo dados do Ministério da Segurança Pública, no passado, estrangeiros podiam viajar por apenas 244 zonas abertas, divulgadas em 1985. Agora, desde novembro de 2005, eles têm tido oportunidades para visitar 2650 distritos e cidades chinesas.

Segundo estatísticas, entre 2000 e 2005, foram investigados pelas instituições de segurança pública de todo o país mais de 120 mil estrangeiros que entraram, residiram e trabalharam ilegalmente na China, entre os quais, mais de 40 mil foram repatriados.

Há pessoas da África, Oriente Médio e Sudeste Asiático que aproveitam a China para passar ilegalmente a fronteira do terceiro país; alguns estrangeiros cometeram crimes como roubos, contrabando e tráfico de drogas, depois da entrada ilegal na China. Tais novos problemas são desafios que a China enfrenta em relação à gestão dos estrangeiros.