A economia chinesa em acelerado desenvolvimento está submetida à avaliação do governo para resolver uma série de problemas prementes. A poupança energética é um deles, e altamente difícil de resolver.

De 1980 até 2000, a China conseguiu controlar o ritmo de crescimento de consumo energético, equivalente à metade do ritmo de crescimento de sua economia. Isto significaria quadruplicar seu PIB e apenas duplicar o consumo energético. Sem dúvida nenhuma, a partir de 2001, esta positiva situação começou a experimentar mudanças. O ritmo da demanda energética começou a superar o de seu crescimento econômico em até 150%. A razão da mudança era que a China entrava num novo ciclo de crescimento econômico depois que sua economia havia saído da sombra da crise financeira da Ásia.

Este novo ciclo de crescimento se originou de grandes investimentos impulsionados pela política financeira positiva. Esses investimentos nas infra-estruturas, nas indústrias pesadas e químicas, impulsionaram o consumo energético e grande quantidade de matéria-prima. No primeiro semestre deste ano, o PIB da China cresceu em 10,9%. O ritmo de crescimento dos investimentos em bens fixos se manteve vigoroso.

A economia chinesa continua com seu curso na pista de alta velocidade de urbanização e industrialização. Um alto grau de crescimento econômico não tem relações necessárias com o de consumo energético, mas a China está muito longe de terminar o reajuste de sua estrutura econômica, e apenas está num começo para modificar seu modelo de crescimento. Neste contexto, é realmente uma dor de cabeça saber qual é caminho a seguir para que o consumo energético baixe.

Levando em conta muitas considerações sobre o modelo do crescimento e caminho de desenvolvimento que se deve tomar, o governo chinês presta cada vez maior importância a questão de desenvolvimento sustentável, acelerando seus passos para a construção de uma sociedade harmoniosa. Ao elaborar o 11º programa quinquenal, o governo central tomou como índice obrigatório baixar o consumo energético por unidade do PIB em 20% durante o período já referido.

Neste ano, o governo visa baixar em 4% o consumo energético em relação ao seu PIB. Apesar das posturas sérias sobre os índices obrigatórios, a aplicação dos planos traçados não é tão satisfatória como se deseja. Segundo boletim recentemente publicado sobre o consumo energético, este no primeiro semestre de 2006 aumentou ao invés de baixar. A realidade séria exerce abruptamente pressões sobre a poupança energética no segundo semestre do ano e inspira preocupações sobre se é possível cumprir a meta estabelecida no 11º programa quinquenal.

A séria realidade obriga o governo a adotar medidas extraordinárias. Tendo em conta que a atual estrutura econômica conduz a um alto consumo energético, o governo central emitiu em 2006 mais de uma dezena de documentos para reajustar a estrutura dos setores da sobrada capacidade de produção, e muitos destes setores são mercados de alto consumo energético.

Recentemente, a Comissão Estatal de Desenvolvimento e Reforma assinou documentos de responsabilidade com as empresas locais e centrais para fixar nível por nível as responsabilidades de baixar o consumo de energia. É uma prática habitual e eficaz do governo aproveitar durante anos os recursos administrativos para alcançar seus objetivos. Desde então, esta prática tradicional encara desafios.

Especialistas propõem que para alcançar o objetivo da poupança energética, o mais importante na atualidade é vigorizar a aplicação das diversas políticas, potenciar a supervisão, aplicar rigorosamente o sistema de responsabilidade e exigir responsabilidades àquelas regiões, empresas e indivíduos que não cumpram as metas estabelecidas.

Segundo se informou, a Comissão Estatal de Desenvolvimento e Reforma, junto com os departamentos concernentes, estão trabalhando em colaboração de medidas para verificar a baixa do consumo energético em relação ao PIB e para incluir esse índice no sistema de avaliação do desenvolvimento integral sócio-econômico das diversas localidades e de suas gestões anuais. Além disso, a China está promovendo a reforma dos preços da energia e os departamentos concernentes esperam que através de racionalizar os preços da eletricidade, petróleo e gás, seja aperfeiçoado o mecanismo de regulação do mercado a respeito.

A poupança energética passou a ser uma importante opção do governo chinês para resolver seu problema de energia. O governo da China tem uma forte determinação para resolver tal problemática. Isto porque o desenvolvimento sustentável em matéria de energia tem relação com o desenvolvimento sócio-econômico do país em seu conjunto.