O incremento do PIB da China no primeiro semestre deste ano foi vigoroso em comparação com o mesmo período do ano passado. Os investimentos em bens fixos nas zonas urbanas e rurais cresceram em 31,3% e o nível geral dos preços para o consumo da população subiu em 1,3%. Na conferência de imprensa para informar sobre a situação econômica do país no primeiro semestre do ano, estas cifras estão à vista de todos, aparecendo uma após outra. Ao mesmo tempo, com o anúncio destas cifras, apresentaram-se três grandes problemas que chamam a atenção. Atualmente, com a China, está ocorrendo o super-aquecimento econômico? Até quando se poderá manter um baixo nível de inflação? E o governo, aplicará uma política rigorosa para o reajuste e controle macroeconômicos?
A economia do país cresce em forma relativamente satisfatória e acelerada
Desde o segundo trimestre deste ano, as personalidades do setor econômico estão enfrascadas numa discussão interminável, e não poucas delas sustentam que existe um super-aquecimento. O porta-voz da Administração Estatal de Estatísticas, Zhen Jingpin, manifestou, em uma conferência de imprensa concedida no dia 18 de julho, que em seu conjunto geral, o funcionamento econômico na atualidade é relativamente positivo e o desenvolvimento econômico é também relativamente acelerado. Não obstante, ele advertiu ao mesmo tempo que é difícil manter o crescimento econômico na modalidade de expansão extensiva com base no aumento de investimentos em bens fixos.
Zhen afirmou que o PIB no primeiro semestre deste ano cresceu em 10,9%, representando 0.9 ponto percentual mais acelerado que o mesmo período do ano passado. A aceleração não é espetacular se comparada com a cifra dos dois anos anteriores. No primeiro e quarto trimestre de 2003, o crescimento do PIB chegou a 10,7% e 10,8%, respectivamente.
Sobre a afirmação de que o crescimento econômico é relativamente satisfatório, refere-se principalmente à melhoria em certa medida do rendimento econômico das empresas do país no primeiro semestre. De janeiro a maio, as empresas industriais de magnitude normativa obtiveram um aumento de benefício de 25,5%, em comparação com o mesmo período do ano passado e este aumento chegou a 9,7% em números interanuais. Adicionalmente, foi registrado certo alívio do condicionamento do gargalo, como o abastecimento de carvão, eletricidade, combustível e serviços de transporte. A subida de preços é moderada e a produção agrícola também é positiva.
Não se deve relaxar na vigilância ante a inflação
O PIB, no primeiro semestre do ano, cresceu em 10,9% e o nível geral de preços só subiu em 1,3%. Um alto crescimento econômico e uma baixa inflação são objetivos de todos os governos.
Zhen disse que o nível relativamente baixo do CPC se deve principalmente a que, no ano passado, as subidas dos preços de alimentos e grãos eram mais baixas que no ano anterior. Portanto, os preços de ex-fábrica de produtos industriais e os preços de adquisição da matéria-prima, combustível e energia subiram consideravelmente. Os preços do primeiro caso subiram em 2,7% e os preços do segundo, em 6,1%.
É necessário controlar rigorosamente a concessão de terrenos e créditos.
Em todo o ano de 2003, o PIB da China cresceu em 9,1%; os investimentos de toda a sociedade em bens fixos, em 26,7% e o nível geral dos preços, em 1,2%. A magnitude de créditos excedeu em 67% o plano previsto. No primeiro semestre deste ano, o PIB cresceu em 10,9%; os investimentos de toda a sociedade em bens fixos, em 29,8% e o nível geral dos preços, em 1,3%. A magnitude de créditos alcançou 87% do plano previsto.
Como resultado do alto crescimento econômico em 2003, as autoridades centrais começaram, desde o primeiro trimestre de 2004, a aplicar rigorosamente a primeira rodada de reajuste e controle macroeconômicos. Em fins do ano passado, o governo chinês começou a reajustar e controlar ll setores de sobrante capacidade de produção e, no primeiro semestre do ano corrente, o Banco Central recorreu a meios como elevar os juros, enquanto especialistas consideram que serão adotadas medidas ainda mais rigorosas para o reajuste e controle macroeconômicos.
Durante uma entrevista com a imprensa concedida no dia 18, Zhang Zhuoyuan, investigador do Instituto de Economia da Academia de Ciências Sociais da China, assinalou que há que intensificar a revisão para fiscalizar o uso de terras, castigando rigorosamente a usurpação ilegal de terra por parte dos governos locais, adotar medidas ainda mais estritas para a concessão de créditos bancários. Wang Xiaoguang, investigador do Instituto de Economia da Comissão Estatal de Desenvolvimento e Reforma, sugeriu um reajuste das políticas industriais, elevando os requisitos de acesso em alguns setores industriais, com a finalidade de assegurar a alta eficiência do crescimento econômico.
O crescimento vigoroso da economia no primeiro semestre deste ano despertou atenção dos diversos setores sobre a adoção de novas medidas de reajuste e controle macroeconômicos. Sobre isto, Zhen manifestou que "há de se esperar para mais observações".
Delfim Netto, considerado o "pai do milagre econômico do Brasil", escreveu recentemente um artigo para o jornal "Valor Econômico", fazendo comparações sobre o desenvolvimento nessa área no Brasil e na China nos últimos 25 anos, e louvando o governo chinês por escolher um caminho correto de desenvolvimento econômico, criando o "milagre chinês".
Ele enfatizou que o milagre econômico chinês resultou do conhecimento dos altos dirigentes chineses.
Porém, também se ouvem diferentes opiniões sobre o fato. O redator do "Semanário Comercial" dos Estados Unidos, Bremne, escreveu um artigo analisando alguns problemas existentes por trás da economia chinesa.
Bremne afirmou em seu artigo que a magnitude econômica de 2 trilhões de dólares americanos resultou principalmente do rápido aumento do abastecimento monetário, taxa de empréstimos e investimentos em bens fixos. Ele considerou que o governo chinês não conseguiu êxito no esfriamento econômico, mesmo com diversos esforços.
Ele ainda considerou que a prosperidade e desenvolvimento econômicos da China favorecerá à melhoria da vida do povo, assim como à participação chinesa no comércio global e na economia mundial. Portanto, com o desenvolvimento econômico rápido, a economia chinesa se desviará possivelmente da órbita de funcionamento normal.
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