Apesar dos problemas de excessiva concessão de créditos e o crescente desequilíbrio comercial, a economia chinesa continuará mantendo seu rápido crescimento nos próximos meses, de acordo com Qiu Xiaohua, diretor do Birô Nacional de Estatísticas.
Perante a reunião anual da Sociedade de Economistas Chineses, realizada em Shanghai, Qiu explicou que o país manteve um crescimento superior a 10% nos setores industrial, de investimentos, de venda de artigos de consumo e de comércio exterior entre janeiro e maio.
Na ocasião, Qiu qualificou as perspectivas da economia chinesa com o termo "brilhante", dizendo que exceto pelos preços do mercado e o capital estrangeiro introduzido, todos os principais índices econômicos continuam crescendo a dois dígitos. Entre janeiro e maio deste ano, o valor agregado industrial aumentou em 17%; o de investimentos, 30,3%; o do consumo social, 13,2% e o do comércio, 23,9%. Agricolamente, a China terá boa colheita este ano.
Apesar destes problemas, os ingressos fiscais aumentaram 500 bilhões de yuans (cerca de 61 bilhões e 650 milhões de dólares) nos primeiros cinco meses do ano em curso, um aumento anual de 22,8%, ao mesmo tempo que os ingressos dos residentes nas áreas urbanas aumentaram mais de 10%.
Os primeiros cinco meses de 2005 concluíram com uma elevação de 25% dos benefícios do setor secundário, disse o diretor. Ele afirmou que cerca de 80% dos benefícios se concentravam em quatro setores: petróleo, eletricidade, carvão, metais não ferrosos, com o restante 20% compartilhado por mais de 30 setores industriais.
Quanto a vida empregatícia dos chineses, até fins de maio, foram concretizados 50% dos novos empregos urbanos estipulados para este ano, enquanto a renda prática dos residentes urbanos e rurais aumentaram em mais de 10%.
Mesmo assim, o alto funcionário se referiu às dificuldades que se derivam do crescente volume de empréstimos bancários, dizendo que junto com 30,3% do crescimento dos investimentos nos primeiros cinco meses deste ano, o volume total de créditos concedidos foi de 1,78 bilhões de yuans, equivalentes a 71% do estabelecido para todo o ano.
Segundo dados obtidos no final de maio, o superavit comercial ascendeu para 64 bilhões e 800 milhões de dólares. Ou seja, 16 bilhões e 800 milhões a mais do que no mesmo período do ano passado, com a reserva de divisas acima dos 900 bilhões de dólares, agravando o desequilíbrio comercial.
Qiu também se referiu às dificuldades para incrementar seus ingressos que encontram os camponeses e manufactureiros chineses, devido aos altos preços dos produtos elaborados e as matérias-primas.
Portanto, Qiu considerou que os problemas ou dificuldades existentes não afetarão o funcionamento da economia nacional. De olho na situaçãono do ano todo, sem dúvida nenhuma, a economia chinesa manterá neste ano um desenvolvimento relativamente rápido da economia nacional, pois os efeitos do macro-controle vêm sendo produzidos, da maneira constante e a baixa inflação criou um ambiente relaxado para o desenvolvimento macro-econômico. De olho no ciclo econômico, a economia chinesa se encontra atualmente numa plataforma de alto crescimento e a inércia impulsionará o rápido desenvolvimento da economia chinesa em certo período futuro.
Sobre isto, Robert Mundell, ganhador do Prêmio Nobel da economia em 1999, fez os seguintes comentários: "eu vejo um crescimento explosivo da China. Os êxitos obtidos pelo país são realmente surpreendentes. Em muitos sentidos, o desenvolvimento chinês fica a frente dos Estados Unidos".
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