Os especialistas chineses em Qigong, um conjunto de exercícios tradicionais com efeitos terapêuticos, redobraram este ano seus esforços para obter um maior reconhecimento mundial da técnica.

Yang Yubing, professor da Universidade de Esportes de Beijing, é um dos três especialistas que partiram no domingo a Los Angeles, nos Estados Unidos, em sua terceira missão de demonstração da prática.

Nos primeiros três meses deste ano, a Associação Chinesa de Qigong de Saúde mandará outros grupos de especialistas à Austrália, Alemanha, França, Reino Unido e Canadá para oferecer uma série de conversas, espetáculos, cursos de formação e seminários.

O Qigong de Saúde, ao contrário de outras artes marciais chinesas, que já contam com numerosos seguidores no exterior, ainda não se expandiu pelo mundo. Como um conjunto de exercícios antigos com lucros para a saúde física e mental, busca ajustar os movimentos corpais, a respiração e o estado psíquico para melhorar a força física e mental.

Em 2002, o Qigong de Saúde foi reconhecido oficialmente como evento esportivo na China, com padrões de competição que incluem a dificuldade dos movimentos e a adaptação do ritmo do corpo ao som da música.

"Em geral, as artes marciais têm muito que ver com o ataque e a defesa, mas o Qigong ajuda a obter um estado de paz interior mediante o movimento do corpo e o controle da respiração, que aliviam as pressões de uma vida agitada", explicou Yang.

"O Qigong é muito diferente dos esportes de estilo ocidental, que se concentram nos músculos, velocidade, força e resistência, pois combina exercícios aeróbicos lentos com a relaxação mental, para finalmente obter um estado físico e mental ótimos. Aqueles que o praticam durante longo tempo experimentam uma melhora em seu bem-estar interior", assinalou.

A prática se baseia na filosofia tradicional chinesa, como o conceito do "yin" e o "yang" (escuridão e luz), que simbolizam as duas forças complementares que mantêm o equilíbrio dinâmico do universo.

"Com nossa ajuda e explicações, uma grande quantidade de estudantes americanos e europeus podem entender e aplicar facilmente estes conceitos, além de se inserir de forma gradual na cultura chinesa", explicou o especialista.

Lu Shiming, vice-presidente da Associação Chinesa de Qigong de Saúde, disse que o agrupamento começou a enviar especialistas à Ásia, Europa, América do Norte, Oceania e África em 2006. No ano passado, 149 de seus especialistas visitaram 17 países e regiões.

Os membros da equipe com destino a Los Angeles são professores com muita experiência, selecionados em mais de 30 escolas.

"Esperamos oferecer espetáculos de Qigong de alto nível e promover o intercâmbio de esportes entre a China e o exterior".

O Qigong não deve ser confundido com o Tai Chi, praticado com frequência pelos idosos na China e cuja a diferença está na origem nas artes marciais de rapidez e energia.

Enquanto que o objetivo do Qigong é obter a paz interior, o Tai Chi procura primeiro obter a saúde física, mediante o movimentos do tronco e extremidades.