Títulos nos EUA: Todos acharam estranho a equipe Tasman, conceituada na Indy Lights (uma categoria menor, espécie de Série B da Fórmula Indy), apostar as fichas em um piloto de 21 anos, desconhecido do público e da crítica. Em seu primeiro ano correndo na terra de Tio Sam, Tony impressionou, venceu as difíceis provas de Detroit e Laguna Seca e, além do vice-campeonato, recebeu dois prêmios da imprensa especializada: o "SeaDoo/Ski Doo Pole Award", concedido ao piloto que mais conquistou pole positions na temporada, e o troféu "Rookie of the Year", dado ao melhor estreante do ano.
A recompensa veio em 1997 com o título da Indy Lights, colocando o nome do brasileiro de vez em destaque nos EUA. E a equipe Tasman contratou o brasileiro para ser seu único piloto na Fórmula Indy. A chance era boa e Tony não a desperdiçou. Mantendo o bom retrospecto em estréias, o baiano pontuou 11 vezes em 19 largadas. Era um recorde, já que desde 1993 um calouro não tinha esse aproveitamento. Os resultados lhe garantiram, agora na F-Indy, mais um título de "rookie of the year".
Já renomado no circo, Tony viu, em 1999, a Tasman mudar seu nome para Forsythe. Já experiente, o piloto terminou em uma fraca 11ª posição no campeonato, porém foi o autor de algumas façanhas. Terminou nove etapas entre os dez primeiros. Entre os anos de 2000 e 2002, o piloto brasileiro não teve muita sorte na categoria. Mudou de equipe e seu melhor resultado foi um 12º lugar no último ano na Fórmula Indy.
Disposto a dar uma reviravolta na carreira, o baiano preferiu apostar todas as suas fichas em uma categoria "desconhecida" para o público brasileiro: a IRL. A princípio, muitos o criticaram por isso, mas a escolha iria se justificar e a carreira de Tony, que passava por um momento de marasmo, iria mudar. E para melhor, na equipe Andretti-Green.
Embalado pela excelente fase pessoal - acabara de casar-se com Danielle -, Tony começou 2003 com tudo. Fez poles, conseguiu vitórias e conquistou pódios. O quarto lugar, apenas 31 pontos atrás do campeão Scott Dixon, recuperou a tradição de encerrar em boas colocações as suas temporadas de estréia.
Em 2004, o piloto iria conquistar aquele que, de longe, é seu maior título. Tony venceu apenas três provas (Phoenix, Texas e Nashville), mas foi o suficiente para assegurar o inédito título de um brasileiro na IRL. Uma conquista histórica recheada de emoções proibidas para qualquer torcedor que sofra com problemas cardíacos.

Nos anos seguintes, o brasileiro ficou perto de mais uma conquista, mas esbarrou na falta de sorte em algumas provas, que lhe custaram importantes pontos. Mas foi em 2007 que a sorte realmente o abandonou em algumas corridas. No campeonato, Tony ficou em terceiro lugar, mas o piloto não se esquece do que aconteceu na tradicional 500 Milhas de Indianapolis. Na famosa corrida, que dá US$ 1 milhão para o vencedor, o brasileiro largou na 2ª posição, assumiu a ponta na primeira volta e se manteve a frente do pelotão de 33 carros. Com um ritmo muito forte, cruzou a linha de chegada na primeira colocação, na volta 113, quando a prova foi interrompida por causa da forte chuva.
O brasileiro aguardou ansiosamente a bandeira quadriculada, pois já havia completado mais de 50% da prova, que não veio. Foi agitada então o pano vermelho e a prova foi interrompida por quase três horas. Quando relargou, Kanaan liderou a prova até a volta 153. Tocado por Jaques Lazier, rodou e foi obrigado a trocar um pneu furado, caindo para 17ª posição. No final, uma frustrante 12ª colocação. (gazetaesportiva)
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