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Alain Marie Pascal Prost
2008-11-24 11:25:42    cri
Muitos pilotos corajosos, dispostos a arriscar tudo por uma vitória, passaram pela história da Fórmula 1. Homens como Émerson Fittipaldi, Niki Lauda, Nelson Piquet, Nigel Mansell, Michael Schumacher e Ayrton Senna jamais saíram da memória de seus fãs, graças as suas manobras arrojadas e vitórias emocionantes, às vezes até mesmo heróicas.

No entanto, o grande ídolo do automobilismo francês, e um dos mais respeitados pilotos do mundo, não se encaixa nesse perfil. Mesmo tendo uma carreira fora do comum, com 51 vitórias na Fórmula 1 e quatro títulos mundiais, Alain Prost não teve o mesmo carisma dos outros grandes pilotos da história, além de nunca ter empolgado ninguém. Com 1,60m de altura e um rosto que não faz lembrar nenhum galã, o francês era frio e calculista nas pistas, conseguindo atingir seus objetivos graças a uma técnica apurada e invejável que lhe rendeu o apelido de Professor.

Alain Marie Pascal Prost nasceu em 24 de fevereiro de 1955 em Lorette, uma pequena cidade próxima a Saint-Chamond. Seus pais, André Prost e Marie-Rose Prost-Karatchian, eram donos de uma próspera indústria de móveis, permitindo que o jovem Alain escolhesse o destino que quisesse. Poderia ter sido jogador de futebol, uma das suas grandes paixões, mas acabou optando pelo automobilismo. E se deu bem.

Seus títulos começaram a vir rapidamente. Não demorou muito para ser campeão francês (1971) e europeu (1972) de Kart, campeão francês (1976) e europeu (1977) de Fórmula Renault, e campeão francês (1978) e europeu (1979) de Fórmula 3. Nesse mesmo ano, foi convidado pela McLaren, a melhor equipe de Fórmula 1 da época, para ser seu piloto de testes.

Já em 1980, em sua primeira temporada, o surpreendente Prost chegava em sexto lugar no GP da Argentina pela equipe inglesa, conquistando espaço ao lado de nomes consagrados como Jacques Laffite, Gilles Villeneuve e Elio de Angelis. Naquele momento, o Professor começou a programar como seria a conquista de, pelo menos, um título mundial para os franceses.

No ano seguinte, Prost mudou-se para Renault, onde alcançou sua primeira vitória ? curiosamente em um GP da França. Naquela temporada, foram mais duas vitórias, na Holanda e na Itália, garantindo o quinto lugar com 43 pontos. Em 82, foi o quarto com duas vitórias e 34 pontos. No ano seguinte, de volta à McLaren, perdeu o título para seu companheiro Niki Lauda por meio ponto: 72 a 71,5.

Mas o título não lhe escapou nas duas temporadas que se seguiram. Em 85 e 86, o Professor venceu 12 das 32 corridas, faturando o título de ambos os anos ? vencendo respectivamente Michele Alboreto e Nigel Mansell. O tricampeonato só não veio em 87 porque a McLaren perdeu em competitividade para as Williams de Nelson Piquet e Nigel Mansell, e para um certo brasileiro que firmava seu nome na Lotus.

A RIVALIDADE SENNA X PROST

Em 1988, este brasileiro viria a ser exatamente o novo companheiro de Prost na McLaren. Depois de começar sua carreira na Fórmula 1 em 1984 na pequena Toleman, e de surpreender o mundo ao conseguir dois segundos lugares em Mônaco e Portugal, Ayrton Senna continuou mostrando seu enorme talento no time de Colin Chapman, atingindo o quarto lugar do Mundial de Pilotos em 1985. Foram sete poles e a liderança de mais provas e voltas do que qualquer outro naquele ano. Repetiu a classificação em 1986, e em 1987, ficou à frente do próprio Prost.

A equipe de Ron Dennis certamente contava com os melhores carros e com os dois melhores pilotos do mundo: o competente Alain Prost, que já tinha dois títulos mundiais, e o jovem Ayrton Senna, que havia recebido sua grande chance.

de fato, nunca o domínio de uma única equipe havia sido tão grande quanto o da McLaren na temporada de 88. Apenas no GP da Itália, vencido pela Ferrari de Gerhard Berger e seguido por seu companheiro Michele Alboreto, os pilotos da McLaren não subiram ao pódio. Parecia até que o comendador Enzo Ferrari, falecido naquele ano aos 91 anos de idade, tinha dado uma força para que aquilo acontecesse exatamente em Monza.

De resto, foram 15 vitórias em 16 corridas, sem nenhuma chance para as outras equipes. A competição, portanto, ficava apenas entre Senna e Prost, a raça e a determinação do brasileiro contra a astúcia e a estratégia do francês. O duelo entre os dois resultou em vitórias alternadas, e aquele inesquecível Mundial de Pilotos foi decidido apenas na penúltima etapa, no Japão, no dia 30 de outubro.

Naquela madrugada, o Brasil viu Senna largar na pole, cair para a 15ª posição, fazer uma brilhante corrida de recuperação e chegar na frente do francês, pela primeira vez em sua carreira. O que mais deixou Prost irado foi o fato de ter terminado com mais pontos que Senna, mas pelo regulamento, apenas os onze melhores resultados eram válidos. Senna tinha uma vitória a mais, e das cinco piores posições que Prost precisou descartar, três eram segundos lugares.

O ano seguinte, 1989, foi marcado por diversas mudanças. Tanto no regulamento, que proibia os motores turbo, quanto nos ânimos entre os dois pilotos da McLaren, que já não tinha mais o clima ameno do ano anterior. A equipe continuou dominando a categoria, conseguindo dez vitórias. E mais uma vez, o título foi decidido no GP do Japão entre Senna e Prost, num relacionamento que, à essa altura, beirava os limites do insuportável, tanto nos bastidores quanto na pista.

Nesse ano, Prost conseguiu seu terceiro título na categoria, premiado, de certa forma, com seu desempenho regular durante a temporada. Mas a maneira com a qual o francês conquistou o campeonato ainda hoje levanta muitas perguntas. Numa manobra audaciosa e considerada desleal, Prost joga seu carro sobre o de Senna. Os dois batem, mas apenas o brasileiro é desclassificado, por ter sido ajudado pelos fiscais de prova ao voltar à prova. Senna venceu a prova, mas foi desclassificado após uma manobra política do então presidente da Fisa, o francês Jean-Marie Balestre. Sete anos depois, já afastado do automobilismo, Balestre confessou ter dado uma mãozinha para o seu compatriota Prost conquistar este campeonato.

Cansado de respirar o mesmo ar de Senna na McLaren, Alain Prost mudou-se para a Ferrari em 1990, num contrato de 67 paginas, ficando ao lado do Leão Nigel Mansell. Agora era a vez da Ferrari ter em sua equipe dois grandes pilotos, em busca do tão sonhado título. O francês venceu quatro vezes, entre elas, o GP da França, em Paul Ricard (sua 42ª vitória na carreira e a 100ª da Ferrari na história da F1) e o GP do Brasil, em Interlagos (sua sexta no país, sendo cinco no Rio de Janeiro, colocando Prost como o piloto que mais vezes venceu no Brasil).

Mas neste ano, o campeonato já estava reservado para o maior adversário e inimigo de Prost. Senna e o francês não pararam de trocar farpas, mesmo em equipes diferentes. O brasileiro não conseguia tirar da cabeça a manobra desleal que o desclassificou no Japão, em 89, e se vingou de Prost, pagando na mesma moeda e no mesmo lugar, empurrando-o para fora da pista e lhe presenteando com o vice-campeonato. A imagem dos dois carros escapando na primeira curva e levantando poeira, ainda hoje, não é esquecida pelos fãs de ambos os pilotos.

A batida abalou Prost em 1991, ano da despedida de Piquet, da chegada de Schumacher e do tricampeonato de Senna, que nesta temporada brigou com Mansell, da forte Williams, na disputa pelo título. Já o francês teve um desempenho apagado na Ferrari, chegando inclusive a rodar na volta de apresentação do GP de San Marino. Ao final da temporada, foi mandado embora pela equipe de Maranello. Ficou de fora das pistas no ano seguinte, trabalhando na TF1, uma emissora de TV da França. Mas Prost já tinha contrato assinado com a Williams para voltar em 93, melando a transferência de Senna para a equipe inglesa.

Depois de tudo que aconteceu na Ferrari e após tantas brigas com Senna, Prost só voltaria à pilotar um Fórmula 1 se pudesse ter plenas condições de conquistar seu quarto título. E o ano de 1993 foi ideal para que isso acontecesse de fato. Os carros da Williams superavam tecnicamente os da rival McLaren, o Leão Mansell, campeão em 92, iria tentar a sorte na Fórmula Indy, e Senna estava atribulado, sem a eficiência do motor Honda e com problemas em seu contrato, já que estava praticamente acertado com a equipe de Frank Williams.

Mesmos sem contrato na McLaren, Senna assustou o francês no começo da temporada, vencendo o GP do Brasil e da Europa, embaixo de muita chuva, numa das melhores atuações piloto brasileiro em toda a história - e uma das piores de Prost, que perdeu a liderança da prova para Senna por duas vezes e chegou na terceira posição, uma volta atrás do campeão. Anos depois, Prost declarou que aquele foi o pior momento de sua carreira, e que aquele 11 de abril lhe deu a certeza de que 1993 seria o seu último ano como piloto de Fórmula 1.

No decorrer do ano, os motores Renault da Williams foram se acertando e levando o campeonato em direção a Prost, que calculou bem os seus passos para terminar a temporada com sete vitórias e 99 pontos. O último ano da carreira do francês não poderia ter sido melhor, pois os duelos entre Prost e Senna foram muitos, mesmo com o brasileiro tendo nas mãos um carro inferior. Prost terminou o ano de 93 com seus quatro títulos mundiais, um a menos que o lendário Juan Manuel Fangio, além de 51 vitórias em 199 Grandes Prêmios. Era o fim de uma trajetória brilhante nas pistas.

Como se soubesse a tragédia que aconteceria em 94, Prost faz as pazes com Senna ao abandonar sua carreira, desejando boa sorte ao brasileiro na Williams no ano seguinte. Uma das aparições do francês, em 1994, foi justamente no velório de Senna, em maio. Era o ano que decretou o início de uma nova era no circo da Fórmula 1: saiam Prost e Senna, entravam Schumacher e Hakkinen, entre outros.

PROST GRAND PRIX

Aposentado nas pistas, sim, mas longe de abandonar a Fórmula 1. O tetracampeão Prost voltou a exercer sua função de comentarista da TF1, além de acumular o cargo de relações públicas da fábrica de motores francesa Renault. Assim foi até 96, quando passou a trabalhar como consultor técnico da McLaren, ao lado do próprio Ron Dennis.

Mas isso ainda não era suficiente. O professor queria mesmo era um novo desafio, que na verdade era mais um dos seus grandes sonhos: ser campeão também com sua própria equipe. Em 1997, amparado por um pool de fortes patrocinadores, Prost comprou a tradicional Ligier e conseguiu ao menos criar a sua própria escuderia, que acabou levando o seu nome: Prost Grand Prix.

Já no primeiro ano, ainda com a estrutura da Ligier, a escuderia conseguiu atingir bons 21 pontos, tendo como pilotos Olivier Panis, Jarno Trulli e Shinji Nakano. Em 98 e 99, uma nova realidade: dez pontos em dois anos. Em 2000, quando a situação parecia melhorar, Prost foi surpreendido com os péssimos resultados de seus pilotos, que o acabou levando para a lanterna do Mundial de Construtores, com nenhum ponto conquistado na temporada.

Em julho de 2000, Prost vendeu 10% das ações da equipe a uma empresa vinculada à Mercedes - que poderia fornecer motores para a escuderia em 2001. O acordo não aconteceu, e o time azul correu com motores Acer, fornecidos pela Ferrari. Com quatro pontos conquistados por Jean Alesi e um rodízio de pilotos durante a temporada (Heinz-Harald Frentzen, Gastón Mazzacane, Luciano Burti e Tomas Enge), a instável Prost GP se aproximava do fim.

E ele chegou, em fevereiro de 2002. A escuderia do campeão entrou em processo de liquidação no mês de fevereiro e disse adeus às competições deixando um rastro de dívidas e mal-entendidos. Houve especulações de que a escuderia poderia retornar com outro nome em 2003, comprada por um consórcio e parte da estrutura da também extinta Arrows. Não voltou.

É claro que, apesar disso, a reputação do tetracampeão mundial está longe de ser atingida. Prost chegou a receber o apoio moral de Ron Dennis, chefe da McLaren e ex-patrão dos tempos de piloto. "É muito mais difícil ser dono de equipe do que piloto. As pessoas acham que o sucesso na Fórmula 1 pode ser instantâneo, mas não é bem assim", advertiu.(gazetaesportiva)

 
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