O jovem padeiro - Durante o período em que esteve afastado do vôlei para recuperação de seu braço, Giba teve de enfrentar um outro problema: a separação dos pais. Isso o obrigou a ajudar sua mãe a tomar conta da padaria da família, em Londrina, o que incluía colocar, literalmente, a mão na massa. O garoto Gilberto Amauri de Godoy Filho acordava às 4h30 para fazer pães, às 7 horas ia para a escola e depois voltava para a padaria e só retornava para casa à noite.
Com sua recuperação, ele precisava jogar escondido da mãe que era contra sua paixão pelo vôlei. Mas ele sabia que seu negócio estava longe dos fornos, dos quais se livrou depois que a família se transferiu para Curitiba. O vôlei foi a forma que Giba encontrou para ajudar a família - mãe, irmã e avó - a melhorar de vida.
É por essas e outras que ele optou pelas quadras quando chegou a dúvida: vôlei ou veterinária. O jogador pensou em cursar essa faculdade, pois gosta muito de animais, mas optou pelo esporte. Entretanto, ele ainda pretende realizar esse sonho quando abandonar o vôlei.
No dia 7 de maio de 2000, o atacante dono da camisa sete da seleção brasileira casou-se com a fisiterapeuta Fabiane. A união, porém, não durou muito e, três anos depois, Giba engatou um romance com a também jogadora de vôlei Cristina Pirv, com quem se casou em 2004.
- Em Curitiba, morando ao lado do Círculo Militar, foi difícil para dona Solange impedir que Giba frequentasse os treinamentos. Lá, ele ficou jogando durante dois anos, entre 1991 e 1992. "Nessa época não me destacava dos meus companheiros de equipe. Era um jogador regular. Era reserva da categoria acima da que eu jogava, mas se o técnico precisasse tirar alguém eu era o primeiro na lista", explica o atleta.
Com apenas 16 anos, Giba fazia sua estréia na Liga Nacional. Saindo do Círculo Militar, ele foi jogar no Curitibanos, do técnico Rubinho. E, ao que tudo indica, ele não gostou muito da sua estréia no campeonato de projeção nacional. "No meio da temporada, resolvi sair do time e fui jogar vôlei de praia", lembra. Mas isso foi pura diversão, simplesmente para não participar da Liga. Apesar de sua passagem pelo Curitibanos ter tido um encerramento inusitado, foi justamente nesta época que ocorreu sua primeira convocação para a seleção brasileira infanto-juvenil.

No ano seguinte, sua participação no campeonato nacional aconteceu pelo Cocamar, também de Curitiba. Segundo o próprio Giba, a equipe teve um desempenho muito ruim na competição. "Nossa projeção era ficar pelo menos em quarto lugar em 1995. Ficamos apenas em sétimo", afirma.
Aterrissando na metrópole do vôlei - Mesmo não realizando um bom campeonato em 1995, Giba conseguiu chamar a atenção de Renan, então técnico do Chapecó de São Caetano. Pela equipe, o ponteiro ficou entre os melhores no Campeonato Brasileiro. "Esse ano foi muito bom na minha carreira. Fizemos uma ótima campanha no Brasileiro que resultou no quarto lugar", afirma.
Apesar de profissionalmente Giba ter certeza de que a passagem pelo Chapecó tenha sido fundamental para sua carreira, economicamente ele tem lá suas dúvidas. O clube ficou devendo cinco meses de salário para todos os jogadores que ainda não foram pagos. "Para nós, jogadores, esse dinheiro fez uma tremenda falta", admitiu.
Do Chapecó, Giba se transferiu para o Olympikus, na época com sede em Indaiatuba. Itinerante, o time foi para Campinas e, na Superliga 1997/1998, defendeu a cidade do Rio de Janeiro. Muito satisfeito com a nova sede, conquistou o campeonato nacional de 1997 e, em 1998 ficou em segundo lugar, quando a equipe foi superada apenas pela estreante Ulbra, de Canoas. Porém, Giba pouco pôde ajudar na decisão: no final do campeonato, ele amargou o banco de reservas.
Apesar de gostar muito do Rio de Janeiro, o jogador aceitou, em abril de 1998, uma proposta do Papel Report/Suzano para assinar um contrato de dois anos. "A proposta deles foi maior e, por isso, mudei de clube", explica. O resultado veio rápido: no mesmo ano, a equipe conquistou o campeonato paulista. Em seguida, pela Superliga 1998/1999, o time disputou a final contra a Ulbra, mas perdeu o título.
A nova derrota em uma decisão proporcionou mais uma crise na carreira de Giba: depois do fim do torneio, Suzano dispensou a maioria de seus jogadores de ponta - entre eles Giba - e montou um time em cima das equipes de base. A partir de então, o jogador passou a negociar com vários clubes - inclusive italianos -, mas acabou indo para Minas por onde disputou a liga verde-amarela da temporada 2000.
Em Belo Horizonte, Giba finalmente engatou de vez: um dos destaques na conquista da edição 1999/2000 da Superliga, ao lado das feras Carlão, Maurício e Douglas. Na temporada seguinte, apesar da decepção do sexto lugar em Sydney-00, outro título nacional aumentou muito o assédio dos poderosos clubes italianos em cima do atacante. Sem conseguir competir economicamente com os rivais, o Minas acabou obrigado a ceder o jogador para o Ferrara, da Itália.(gazetaesportiva)
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