Data: 19 de julho a 4 de agosto

Países: 197

Atletas: 6.806 homens e 3.512 mulheres

Modalidades: 26

História

Atlanta foi o lugar escolhido para a comemoração dos 100 anos dos Jogos Olímpicos modernos. Entretanto, o evento norte-americano entra na história com uma mancha. Na manhã de 27 de julho, um ato terrorista matou uma pessoa e feriu mais de 100 no Parque do Centenário Olímpico.

A competição norte-americana bateu o recorde absoluto de números de atletas: foram 10.750, de 197 países. Pela primeira vez, 52 nações diferentes chegaram ao degrau mais alto do pódio: Costa Rica, Equador e Síria, enfim, conseguiram uma medalha de ouro pela primeira vez.

O atletismo brilhou em Atlanta. O jamaicano Donovan Bailey, na final dos 100m, e o cubano Norberto Tellez, nos 800m, terminaram suas provas de forma que seriam campeões em quaisquer outras Olimpíadas já disputadas. O norte-americano Michael Johnson, por sua vez, tornou-se o primeiro atleta da história a conquistar o ouro nos 200m e 400m nos mesmos Jogos, batendo o recorde nas duas provas. Carl Lewis conseguiu sua nona vitória em quatro Olimpíadas consecutivas.

Os Jogos de Atlanta foram muito especiais para o Brasil. Com um total de 15 medalhas na bagagem, o país ganhou três novos campeões olímpicos. Robert Scheidt e a dupla Torben Grael/Marcelo Ferreira garantiram o ouro e o vôlei de praia, esporte estreante em Olimpíadas, proporcionou, pela primeira vez, uma final completamente brasileira nos Jogos: Jaqueline/Sandra ficaram com o ouro e Mônica/Adriana, com a prata.

A geração de Hortência e Paula conquistou a prata no basquete feminino. Gustavo Borges saiu de Atlanta como o brasileiro que mais teve pódios olímpicos, ao conquistar a prata nos 200m e o bronze nos 100m.

As medalhas de bronze foram capítulos à parte: de surpresa nas conquistas dos 4x100m do atletismo, de Henrique Guimarães no judô e na equipe de saltos do hipismo, passaram pela confirmação de competência de Lars Grael na vela, de Aurélio Miguel no judô, de Fernando Scherer na natação e da seleção feminina de vôlei. A decepção, entretanto, veio do futebol, quando o Brasil não conseguiu conquistar o único título que lhe faltava, ao ficar com a terceira colocação depois de ser derrotada pela Nigéria por 3 a 1 na semifinal.

Curiosidades

- O velejador austríaco Hubert Raudaschl bateu o recorde de participações em Olimpíadas: ao todo, foram nove. Sua estréia aconteceu nos Jogos de Tóquio, em 1964. Entretanto, ele já havia sido relacionado como reserva da equipe da Áustria em 1960, nas Olimpíadas de Roma.

- Em uma mudança de última hora, a tenista Virag Csurgo (Hungria), inscrita para o torneio de duplas, acabou disputando uma partida de simples. No dia 24 de julho, Csurgo ajudava uma colega de equipe no aquecimento, mas recebeu a notícia de que a jogadora que estaria em quadra dali a cinco minutos não poderia participar da partida. Vestindo suas roupas de treinos, Csurgo foi para a quadra e, como substituta, acabou vencendo a partida.

- Dois irmãos se enfrentaram na segunda rodada da competição de luta livre, na categoria 82kg. O confronto de Elmadi e Tucuman Jabrailov só foi possível porque os atletas decidiram representar o Cazaquistão e a Moldova, respectivamente. Em protesto contra os conflitos na Chechênia, os atletas, nascidos nesta região, decidiram não competir pela Rússia. O vencedor do embate foi Elmadi, por 10 a 8.

- Apesar de não ser atleta, Richard Jewell também esteve nas páginas dos jornais durante as Olimpíadas de Atlanta. O policial se transformou em uma celebridade ao salvar centenas de vítimas no atentado do Parque do Centenário Olímpico. Dias depois, Jewell assumiu o papel de vilão, ao ser responsabilizado pela bomba de fabricação caseira que explodiu no parque, matando uma pessoa.