O revezamento da tocha olímpica de Beijing começou dia 28 sua viagem por Hefei, capital da província de Anhui, sudeste da China. Entre os 222 portadores da tocha na cidade, o segundo é um policial especial, Zhu Shijun, que acabou de voltar da operação de resgate na província de Sichun. Aos olhos dele, o que significa o revezamento da tocha olímpica? 

No dia 12 de maio, um grande terremoto abalou a província de Sichun, no sudoeste da China. Ao meio-dia de 15, após mais de oito horas de marcha rápida nas montanhas, Zhu Shijun e um grupo de policiais especiais chegaram ao epicentro do terremoto, a vila Xuankou no distrito Wenchuan. Diante dos escombros espalhados por todo o local, os policiais lançaram-se imediatamente aos trabalhos de resgate. uas semanas depois, Zhu Shijun voltou à sua terra natal, Hefei. E cercado de flores, aplausos e elogios das pessoas nos dois lados da rua, Zhu se tornou um dos honrados portadores da tocha olímpica durante o revezamento na cidade. Essa grande diferença faz Zhu se sentir um tanto confuso. Ele disse:

"Não paro de pensar que tenho de voltar a Wenchuan o mais rápido possível para ajudar as pessoas do local. Mas meus colegas me disseram que o revezamento da tocha olímpica também é muito importante, a tocha expressa a paz, a amizade e o amor. Concordo com eles e voltei a Hefei para completar o meu trecho do revezamento. Quando me vêem, as pessoas podem sentir que Wenchuan está junto de todo o mundo."

Os trabalhos sucessivos e cansativos de resgate em Wenchuan durante duas semanas deixaram uma impressão profunda em Zhu Shijun. De volta à terra natal, as pessoas e os acontecimentos que viu lá são o principal tema de suas conversas.

"O terremoto levou tudo e todas as coisas desapareceram de repente, casas, amigos, até familiares. Nesta circunstância, o único objetivo para a gente é sobreviver. Sejam conhecidos ou estranhos, as pessoas se ajudam mutuamente com todos os esforços, esperando que mais pessoas possam ter sobrevivido. Assim, os assuntos se tornam mais simples, as pessoas ficam mais próximas e parecem uma família só. Agora, o revezamento da tocha olímpica é a mesma coisa, só para transmitir a paz, a ajuda mútua e mais importante, o amor. Através disso, a gente pensará, na verdade, só em viver com amor e esperança."

Na opinião de Zhu Shijun, as pessoas de Wenchun sofreram muito com terremoto, e sua dor sempre arranca lágrimas das equipes de regate. Mas também foram essas mesmas vítimas da calamidade que ensinaram Zhu e seus colegas a enfrentar os desastres e sobreviver com otimismo. Para Zhu, "Wenchun não acredita em lágrimas".

"Assim que chegamos lá em Wenchuan, ficamos muito tristes, mas as pessoas locais falaram: 'não fiquem assim, vocês estão aqui para nos ajudar, já nos trouxeram esperanças, somos nós que temos de manifestar os agradecimentos. ' Naquele momento, a gente estava muito comovida. Wenchuan não precisa de tristeza, mas sim de alegria."

Durante a entrevista, Zhu Shijun sempre repetiu a palavra "otimismo". Perguntado se teria algo a dizer para as pessoas das zonas afetadas pelo terremoto, Zhu afirmou que após o revezamento da tocha olímpica, ele vai voltar para Wenchun o mais rápido possível, porque lá tem uma "família" ainda incompleta.

"Vou lá não para ajudar. As vítimas, meus colegas e eu formamos uma só família. Os assuntos deles são meus também. Não sairemos de lá até concluir a reconstrução das suas casas!"