As crianças que recebem leite materno têm mais chances de desenvolver maior ambição social do que aquelas que só receberam leite engarrafado, segundo uma pesquisa publicada no Reino Unido.
A conclusão baseia-se em um estudo de longo prazo em 1.414 indivíduos que hoje têm entre 60 e 70 anos de idade. A pesquisa é parte do Estudo Boyd Orr sobre Alimentos e Saúde da Grã Bretanha pré-guerra (1937-1939).
O estudo, conduzido por Richard Martin, da Universidade de Bristol, examinou o grupo de pessoas para determinar se seu estado posterior estava relacionado à nutrição no início da vida.
A prevalência da amamentação variou entre 45% e 85%, mas não dependia de renda, gastos com alimentação, número de irmãos, ordem de nascimento ou classe social.
"Descobrimos que as crianças que foram amamentadas durante a infância eram positivamente associadas a probabilidades crescentes de mobilidade social ascendente neste grupo", escreveu Martin.
A pesquisa descobriu que as crianças que haviam recebido leito do peito durante a infância tinham 41% mais probabilidades de subir na escala social quando adultas do que aquelas que foram alimentadas com leite engarrafado.
Quanto mais tempo uma criança receber leite do peito durante a infância, mais oportunidade terá de subir de classe na escala social. Uma razão possível pode ser que a amamentação melhora a saúde, a estatura e o QI. As crianças que receberam leito do peito estão mais bem estruturadas para ascender socialmente.
Os pesquisadores acrescentam que outros fatores desconhecidos relativos à alimentação do peito poderiam explicar as descobertas, portanto, é preciso mais pesquisar mais nesta área.
No Reino Unido, 76% das mulheres começam a amamentar suas crianças, mas apenas 28% persistem até que seus filhos tenham quatro meses, apesar de o Departamento de Saúde aconselhar a amamentação até os seis meses.
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