Comandar times vencedores, que necessariamente não jogam bonito. Este é o estilo do técnico Luiz Felipe Scolari, 53 anos, que tem a grande chance de sua vida: ser treinador da seleção brasileira em um dos piores momentos do futebol nacional.
Experiência é o que não falta para Scolari. Ele conquistou duas Libertadores, três Copas do Brasil, um Brasileiro, além de três títulos gaúchos.
Envolvido em muitas polêmicas, como no caso de agressão a um jornalista em 1998 e quando pediu para seus jogadores "chegarem junto" em Edílson, na Libertadores de 2000, Felipão fala tudo o que pensa. Ao assumir a seleção, disse que não terá um time de anjinhos e vai exigir patriotismo dos atletas. Quem estiver insatisfeito, poderá sair quando quiser.
Becão aguerrido - Luiz Felipe Scolari nasceu na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, no dia 9 de novembro de 1948. Logo na infância percebeu que não havia herdado o talento do pai, Benjamin Scolari, considerado um dos melhores zagueiros do Sul na década de 40. Mesmo sendo considerado um verdadeiro "perna-de-pau" entre os colegas, mudou-se aos 17 anos para São Leopoldo, onde foi jogar nos juvenis do Aymoré.

Se a técnica não o ajudava, logo no início de sua carreira ele começou a se destacar por seu estilo aguerrido e sua liderança dentro de campo, sendo sempre titular e capitão nos times nos quais atuou. Jogou até 73 no Aymoré, sendo transferido depois para o Caxias, maior força do interior do Rio Grande do Sul na época, onde ficou por mais sete anos. No final de sua carreira, jogou ainda no Juventude, Novo Hamburgo e no CSA, de Alagoas, time no qual se aposentou, em 82.
O início como técnico - A primeira experiência de Felipão como técnico foi no próprio CSA, ainda em 82. Depois, dirigiu o Brasil de Pelotas e o Al Sabbab, da Arábia Saudita. Foi em 87, entretanto, que começou a se destacar, ajudando o Grêmio a chegar ao tricampeonato gaúcho. Logo em seguida, porém, foi contratado pelo Al Badsia, do Kuwait, onde conquistou os títulos da Copa do Kuwait e da Copa do Golfo.
Já no ano de 91 veio o primeiro título nacional de Felipão, com a surpreendente conquista da Copa do Brasil pelo Criciúma. Desbancando forças como Atlético Mineiro, derrotado em pleno Mineirão por 1 a 0, e Goiás, o Tricolor catarinense chegou à decisão contra o Grêmio. Com dois empates (1 a 1 no Olímpico e 0 a 0 em Criciúma), Felipão deu ao time a classificação à Libertadores e o título mais importante de sua história. Entretanto, deixou a equipe logo em seguida para aceitar uma proposta irrecusável do Al Ahli, da Arábia Saudita. (Gazeta Esportiva)
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