O Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu no dia 12, de forma oficial, retirar as cinco medalhas olímpicas de Sydney-2000 conquistadas pela norte-americana Marion Jones, que se aposentou este ano depois de admitir uso de substâncias dopantes.

Em reunião, o COI baniu a velocista em qualquer área de atuação nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e disse que pode proibi-la em futuros eventos também. O Comitê retirou também o quinto lugar conquistado pela norte-americana no salto em distância nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas. "Foi uma decisão fácil. Os fatos estavam claros", declarou, ao final do encontro, Thomas Bach. vice-presidente do COI.

Na Suíça, nesta semana, os diretores do COI ainda não decidiram sobre como será a redistribuição das medalhas, nem mesmo se as parcerias de revezamento de Jones também terão as medalhas cassadas.

"Se o COI decidir desclassificar o time dos revezamentos será conseqüência do doping de Jones e não por causa de faltas cometidas pelas outras atletas", disse Jacques Rogge, o presidente do COI.

A norte-americana é a quarta atleta do seu país na história a ter que devolver as medalhas olímpicas - a terceira por uso de doping. Jerome Young (em Sydney-2000) e Rick DeMont (em Munique-1972) foram punidos por uso de substâncias proibidas. Já Jim Thorpe (Estocolmo-1912) por ser acusado de não ser um atleta amador.

Na semana passada, a Iaaf (Federação Internacional de Atletismo) havia recomendado ao COI a exclusão de Jones e do time norte-americano nos revezamentos que contaram com a atleta, incluindo o 4 x 400 m, em que os EUA foram ouro, e o 4 x 100 m, em que ficaram com o bronze, dos Jogos de Sydney em 2000. A ex-velocista ainda levou os 100m, os 200m e o salto em distância na competição australiana.

Jones estava ligada, desde 2003, com o escândalo dos laboratórios Balco, que produziam substâncias dopantes que não eram detectadas em exames. Ex-recordista mundial dos 100 metros rasos, e antigo namorado de Jones, Tim Montgomery e o agora recordista em número de home runs do beisebol americano, Barry Bonds, também estão ligados ao Balco.

Os dirigentes do COI disseram nesta quarta que não têm informação suficiente sobre a atuação dos laboratórios Balco para punir outros atletas olímpicos.

Em outubro, após a publicação de uma carta em que admitia o uso de doping antes das Olimpíadas de Sydney-2000, a ex-atleta se declarou culpada por dois crimes ligados a uma investigação pelo uso de esteróides anabolizantes.

A própria Jones, na época da revelação do escândalo, afirmou, por meio de fontes próximas a ela, que devolveria as medalhas conquistadas nas Olimpíadas de Sydney. (UOL)