O brasileiro Kaká foi escolhido no dia 2, oficialmente, como o melhor jogador do mundo de 2007 pela revista France Football. A Bola de Ouro, premiação tradicional da publicação, já havia colocado três brasileiros neste status: Ronaldo (em 1997 e 2002), Ronaldinho Gaúcho (em 2005) e Rivaldo (em 1999).

Este ano, o prêmio teve uma inovação desde sua criação em 1956. Pela primeira vez, jogadores de todo o mundo, e não só na Europa, puderam participar do pleito. Kaká concorreu contra 50 atletas espalhados por quase todos os continentes. Entre os concorrentes do meia estavam os brasileiros Rogério Ceni (São Paulo), Diego (Werder Bremen), Daniel Alves (Sevilla), Robinho (Real Madrid) e Ronaldinho Gaúcho (Barcelona).

Na festa deste domingo, o jogador do Milan, de 25 anos, recebeu o troféu com 444 pontos, indicados por 96 jornalistas. Cristiano Ronaldo, do Manchester United, foi o segundo (277 pontos) e Lionel Messi, do Barcelona, ficou em terceiro (255). Os três são os pré-indicados pela Fifa ao prêmio de melhor do mundo também.

A premiação da revista francesa é organizada com cinco votos de cada jornalista. Eles, hierarquicamente, indicam os seus cinco escolhidos. O primeiro na lista de cada profissional ganhava cinco pontos, o segundo, 4, o terceiro, 3, o quarto, 2, e o quinto, um.

"Esta Bola de Ouro é uma recompensa por um ano especial para mim. Quero agradecer a Deus, a meus pais e todos os meus companheiros de equipe, tanto do Milan, quanto da seleção brasileira", afirmou Kaká ao receber o troféu.

A artilharia, o prêmio de melhor jogador e a conquista da Liga dos Campeões pesaram para a escolha do jogador do Milan para a premiação deste domingo. Kaká e mais nove encabeçaram a lista dos 10 melhores. Entre estes, o ex-são-paulino bateu Robinho, Van Nistelrooy, Fábregas, Totti, Pirlo, Drogba e Ibrahimovic.

A Bola de Ouro acontece sempre antes do anúncio do melhor jogador do mundo da Fifa, que será entregue em dezembro. Muitas vezes o ganhador do prêmio da France Football acaba levando também o troféu da Fifa. Foi assim ano passado com o zagueiro Fabio Cannavaro em 2006.

O jogador do Milan lembrou do início da carreira e citou Raí como ídolo da infância. Além do camisa 10 do São Paulo nas conquistas de duas Copas Libertadores (1992 e 1993) e um Mundial Interclubes (1992), Kaká citou o companheiro de time, Ronaldo, como outro jogador que o ajudou na carreira.

"O grande exemplo que eu tive foi o Raí. No momento que eu estava crescendo no São Paulo, ele era a grande estrela daquele time campeão mundial. Sempre me inspirei nele. Outro exemplo que eu sempre cito é o Ronaldo, hoje meu companheiro de time. Pela história na seleção, pela carreira. Ele também me ajudou muito, na seleção, quando eu estava começando", disse.

O pódio da eleição deste ano foi o mais jovem da história do prêmio, que existe desde 1956. Kaká, de 25 anos, venceu a disputa com o português Cristiano Ronaldo (22 anos) e com o argentino Lionel Messi, de apenas 20 anos. O brasileiro elogiou os adversários e analisou o estilo de jogo de cada um deles.

"Aprecio muito, são jogadores que gosto de ver. O Cristiano Ronaldo pelo drible em alta velocidade, pela habilidade e o Messi pelo controle de bola, pela habilidade. São jovens, jogadores de alto nível", analisou o jogador, que acredita que levou vantagem sobre os outros por causa do título e da artilharia da última Liga dos Campeões.

Sobre o momento delicado do futebol na Itália, com a morte de um torcedor da Lazio há algumas semanas, o brasileiro lamentou, mas reiterou o desejo de continuar no país.

"É uma coisa complicada. Mas, não quero ser ingrato com o país que me acolheu e me tornou campeão, a Itália, e com o clube que me fez vencer esse prêmio e me ajudou a crescer, que é o Milan. Quero o bem do Campeonato Italiano, um dos três torneios mais vistos no mundo. Espero que seja um alarme e que as pessoas que querem o bem do futebol italiano realmente cuidem disso", disse, em tom mais sério, o meio-campo, principal atleta do time milanista. (UOL)