A inversão na investigação sanitária nos países em desenvolvimento representa uma pequena fração da parte total mundial neste setor, afirmou Stephen Matlin, diretor executivo do 11º Fórum Global de Investigação Sanitária, que se realizou na capital chinesa.
Matlin destacou que cada ano se destinam 125.000 milhões de dólares no setor, cifra que foi quadruplicado nos últimos 20 anos.
Sem embargo, somente 10% se investe em problemas sanitários dos países em vias de desenvolvimento, os quais cobrem o 90% da população mundial.
As pautas das maiores ameaças sanitárias nos países em desenvolvido se mudaram, com enfermidades como cancro, diabetes e ataques cardíacos com uma maior presença, jamais de males mais tradicionais em zonas do mundo como a malaria e a tuberculose.
Não obstante, as investigações oferecem medicamentos caros e técnicas complicadas que têm uma aplicação limitada nos países pobres, remarcou Matlin.
O diretor assinalou que o Fórum ajudará a investir mais nos países em desenvolvimento e tratará de implementar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, os quais são uma série de medidas econômicas e sociais estabelecidas pela ONU para erradicar a extrema pobreza antes de 2015.
Matlin afirmou que os países pobres necessitam desenvolver seus sistemas sanitários para fazer frente aos problemas de saúde de suas crescentes populações.
É necessário aumentar a cooperação e os intercâmbios médicos e os países desenvolvimentos devem proporcionar ajuda técnica e econômica aos países em vias de desenvolvimento, afirmou Chen Zhu, ministro da Saúde da China.
Chen manifestou que seu país aumentará a inversão no cuidado sanitário, porém, admitiu que "a China ainda enfrenta grandes dificuldades na distribuição dos recursos sanitários".
Por sua parte, a diretora da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, indicou que os avanços no cuidado sanitário devem priorizar os pobres.
"Se quisemos que o cuidado sanitário ajude a reduzir a pobreza, não podemos permitir que o custo da saúde empobreça ainda mais os que têm menos", acrescentou Chan.
O 11º Fórum Global de Investigação Sanitária, que se realizou em Beijing entre 29 de outubro e 2 de novembro, reuniu 800 científicos e especialistas de mais de 80 países e regionais.
O Fórum, com sede em Genebra, tem como objetivo ajudar os países em desenvolvimento na maioria de seu cuidado sanitário.
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