O Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu em 1924 que as Olimpíadas de 1928 seriam disputadas em Amsterdã. Mas com a aproximação do evento, surgiu uma onda de oposição na Holanda.
Alguns deputados criticaram o governo holandês por não se dedicar a melhorar a infra-estrutura urbana, os transportes e resolver outras questões ligadas ao cotidiano da sociedade, ao contrário, investiria muito dinheiro para promover os Jogos Olímpicos, o que era considerado uma loucura.
Devido à oposição, a Câmara vetou o orçamento financeiro dos Jogos Olímpicos e o governo holandês não podia investir na organização do evento. Sob grande pressão, o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Amsterdã renunciou. Os preparativos olímpicos entraram em crise.
Mas o povo holandês mostrou seu grande apoio ao movimento olímpico. Estimulada pela mídia, os holandeses começaram a doar dinheiro para os Jogos. Em apenas duas semanas, os organizadores receberam 1,5 milhão de florins, valor superior ao orçamento original, estimado em um milhão de florins. Com esta verba, o governo holandês construiu um bonito estádio com 40 mil lugares, com um campo de futebol e pistas para atletismo.
No dia 28 de julho de 1928, a nona edição dos Jogos Olímpicos foi inaugurada em Amsterdã. A cerimônia de abertura foi uma grande festa com fogos de artifício e vôos acrobáticos. Os funcionários e esportistas provenientes de 46 países e regiões do assistiram ao evento e elogiaram os preparativos dos organizadores. Mas o verdadeiro herói era o povo holandês.
Em Amsterdã, o atletismo feminino foi incluído pela primeira vez nos Jogos Olímpicos. Apesar de em 1924, o Comitê Olímpico Internacional (COI) já ter permitido a participação das mulheres nas competições olímpicas, elas ainda eram proibidas de participar do atletismo, porque muitas pessoas achavam que o atletismo iria matar a beleza física das mulheres. Isso soou como uma grande provocação às atletas. As mulheres da França, Reino Unido, Itália, da antiga Tchecoslováquia e dos EUA organizaram duas vezes os Jogos Olímpicos das Mulheres.
Diante disso, o COI concordou em estabelecer modalidades femininas no atletismo, mas apenas as provas de 100m, 200m, 800m, 4 x 100m, salto em altura e lançamento do disco.
Porém, devido à falta de treinamentos especiais, durante a prova dos 800m, muitas atletas se sentaram ou deitaram no chão para descansar após o fim da disputa. Hoje, isso é absolutamente normal. Mas, a mídia e alguns opositores do esporte feminino deturparam os fatos. Um jornal escreveu: "Entre as onze pobres mulheres que disputaram os 800m, cinco não terminaram a prova, cinco caíram na pista após a prova e a única não caiu na pista, desmaiou no vestiário".
Sob pressão, o COI cancelou a prova dos 800m a partir de 1932. Até 1960, a maior distância das provas femininas era a dos 200 metros.
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