Lew Alcindor nasceu a 16 de abril de 1947, em Nova York, predestinado a se tornar uma lenda do basquete mundial. Por seis vezes ele foi peça fundamental na conquista de títulos da liga norte-americana profissional de basquete (NBA) e deu ao Milwaukee Bucks uma alegria que, até hoje, a franquia não conseguiu repetir: o título conquistado em 1971. Mas, se você perguntar a um torcedor dos Bucks um pouco mais desavisado qual foi a importância de Alcindor na equipe, ele pode titubear e até ficar em dúvida. Isto porque o mito é conhecido por outro nome: Kareem Abdul-Jabbar ou, na tradução literal, o generoso servidor de Alá poderoso.
A lenda trocou de nome em 1971, não por numerologia, para assegurar seu primeiro campeonato na NBA, mas para ter um nome condizente com a nova vida como seguidor do islamismo. Seguia o exemplo de outro mito negro: Cassius Clay, que virou Muhammad Ali. Eram os tempos do Black Power, que levava os atletas negros a protestos como o punho cerrado exibido por varios medalhistas nos Jogos de Munique, no ano seguinte.
Com novo ou velho nome, ele sempre brilhou nas quadras. Com Alcindor, ou melhor, Abdul-Jabbar, a Universidade Califórnia de Los Angeles (UCLA) foi campeã três temporadas seguidas (67, 68 e 69). No ano seguinte, Kareem acertou sua transferência para a liga profissional (NBA), defendendo o Milwaukee.
O novato não se intimidou com a fama dos veteranos e já começou a se destacar. Terminou a temporada como segundo cestinha (2.361 pontos) e o terceiro em rebotes (1.190) e foi eleito o novato do ano. No ano seguinte, subiu estas marcas para 2.596 pontos (1º) e 1.311. Seu desempenho como cestinha foi o segundo em aproveitamento 57,7%. Para completar, conquistou seu primeiro título na liga.
A figura esguia, alto até para os padrões do basquete, com 2,18m, o rosto sempre emoldurado pelos grossos óculos especiais e a cabeça raspada, é uma das mais lembradas ainda hoje no esporte. O gancho certeiro se tornou marca registrada e um de seus trunfos especiais.
Kareem brilhou nos Bucks até 1974. Na temporada de 75, ele e Walt Wesley foram para o Los Angeles Lakers em uma transação que envolveu outros quatro jogadores. Se já era um ídolo, subiu mais ainda na cotação, ao lado de Magic Johnson, Juntos, asseguraram cinco títulos e a hegemonia na década de 80 (80, 82, 85, 87 e 88).
Em 20 anos como profissional foi escolhido seis vezes o MVP (Jogador Mais Valioso) e disputou 19 All-Stars. Até o final do ano passado, quando foi superado por Oscar, era o maior pontuador da história do esporte com 38.387 pontos. Na primeira temporada da década de 90, Kareem anunciou sua aposentadoria, mas manteve-se sempre com um pé próximo da NBA. (Gazeta Esportiva)
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