Considerado o maior boxeador de todos os tempos, o ex-campeão mundial dos pesos pesados, o norte-americano Muhammad Ali, comemorou seus 60 anos no último dia 17. Sofrendo de Mal de Parkinson desde o início dos anos 80, o pugilista é uma figura cada vez mais adorada nos Estados Unidos, por seu gênio, carisma e personalidade.
Nascido em Louisville, no Kentucky (EUA), em 17 de janeiro de 1942, Cassius Marcellus Clay começou a brilhar ainda como atleta amador. Nos Jogos Olímpicos de 1960, em Roma, o pugilista conquistou a medalha de ouro nos pesos pesados para os Estados Unidos, enfrentando na final o polonês Zbiginiew Piertrzkowski, um veterano com um cartel de mais de 200 lutas. Quatro anos mais tarde, surpreendeu o mundo ao nocautear o lendário Sonny Liston e conquistar o título mundial, triunfo que ainda iria obter outras duas vezes, diante de George Foreman e, depois, Leon Spinks.
Um mês depois de vencer Liston, Clay se converteu ao islamismo, adotando o nome muçulmano de Muhammad Ali, pelo qual ficou conhecido no mundo inteiro. Com ele, protagonizou combates históricos com outros dos grandes lutadores do século, como George Foreman e Joe Frazier. Contra Foreman, fez uma luta antológica, no Zaire, em 1974. Sete anos depois, Ali pendurou as luvas, encerrando a carreira com um cartel de 56 vitórias e cinco derrotas.
Fora dos ringues, Ali também foi uma figura importante, especialmente defendendo os direitos dos negros nos EUA. Em 1967, recusou-se a se alistar no Exército para lutar na Guerra do Vietnã, por considerar que o conflito só servia para matar soldados negros. Pela rebeldia, teve de devolver o cinturão de campeão mundial e quase foi preso.
Outro grande momento do boxeador aconteceu nos Jogos Olímpicos de Atlanta (EUA), em 1996. Sofrendo com o Mal de Parkinson, Ali emocionou o mundo ao receber a tocha olímpica e acender a pira dos Jogos. No final do ano passado, novamente recebeu a tocha, que chegava da Grécia, a caminho de Salt Lake City, onde serão disputados os Jogos Olímpicos de Inverno, no mês que vem.
Neste ano, a vida de Ali poderá ser vista nas telas de cinema, na produção de mesmo nome, protagonizada pelo ator Will Smith. "Não faz mal, mas sou muito mais bonito do que ele, deviam ter me chamado para atuar no filme", brincou o ex-campeão do mundo.
Recentemente, Ali causou ainda mais risadas com outra de suas tiradas. Em meados de janeiro, o boxeador foi homenageado na Calçada da Fama, em Hollywood, onde deveria ter seu nome escrito. "Ninguém vai pisar no meu nome", disse ele, que se recusou a ter uma placa na Calçada. Ao invés disso, terá uma placa em um teatro, que será inaugurado no local.
Raio-X
NOME: Muhammad Ali (nome de batismo: Cassius Marcellus Clay Jr)
NASCIMENTO: Louisville, Kentucky (EUA), em 17 de janeiro de 1942
PRINCIPAIS TÍTULOS: Amador - Medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma/1960, dos pesos pesados.
Profissional - Três vezes campeão mundial dos pesos pesados (fevereiro de 1964 a março de 71, 74 a fevereiro de 78 e setembro de 78) Cartel - 61 lutas, 56 vitórias (37 KO), 5 derrotas.
CURIOSIDADES: Ali entrou no boxe quase que por acaso, aos 12 anos, quando teve uma bicicleta nova roubada. Na ocasião, ele conheceu o policial Joe Martin, que também possuía uma academia de boxe em Louisville. Furioso, o garoto Cassius Clay disse a Martin que acabaria com o ladrão se o encontrasse. O policial disse que o ensinaria a lutar antes. Clay aceitou a começou a treinar regularmente na academia de Martin, pela qual disputou e venceu diversas importantes competições do boxe amador norte-americano. (GAZETA Esportiva)
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