Na primeira edição dos jogos olímpicos modernos, que se realizaram em 1896 na Grécia, aconteceram muitas coisas interessantes.
Na corrida de 100 metros, as pistas não eram pintadas como hoje, mas divididas por cordas. Muitos atletas usavam botas e os gestos para a partida eram também diversificados.
Naquela época, os níveis do desenvolvimento esportivo de diversos países eram muito diferentes. Por exemplo, na prova do salto com vara, alguns atletas tentaram várias vezes, mas os dois saltadores americanos ainda estavam se sentando no chão para esperar a subida da altura. Os juízes os apressaram e eles disseram que para pular aquela altura, eles precisavam apenas de dois palitos de dente para saltar...
Na primeira edição dos jogos olímpicos modernos, não tinha medalha de ouro, porque os gregos achavam o ouro vulgar. O campeão recebia uma medalha de prata, um certificado e um ramo de oliveira, enquanto o vice ganhava uma medalha de bronze, um certificado e um ramo de louro. Quem ficou no terceiro lugar, não recebia prêmios.
Naquela vez, a competição mais grandiosa era a maratona. Antes dos jogos olímpicos, o lingüista francês Michel Breal fez uma pesquisa na Grécia. Ele admirou muito o herói grego na Guerra de Maratona, Pheidippides. Em 490 a.C, os soldados gregos combateram os invasores pérsicos em Maratona. Para trazer o mais cedo possível esta boa notícia a Atenas, o mensageiro, Pheidippides, correu de Maratona até Atenas sem parar. Quando ele chegou à capital grega, falou apenas uma frase: "Conseguimos a vitória". Logo após, ele caiu no chão e morreu.
Ao saber da história, o Michel Breal, ficou muito emocionado. Ele escreveu uma carta ao secretário-geral do Comitê Olímpico Internacional (COI), Barão Pierre de Coubertin, sugerindo que se realizasse a competição da maratona em homenagem ao herói Pheidippides.
Os gregos tinham um interesse enorme pela modalidade, porque nas competições atléticas os anfitriões ainda não tinham recebido nenhuma medalha e a maratona era a última modalidade e a última esperança dos gregos. Naquela época, havia no total 130 mil pessoas em Atenas, e mais de 100 mil pessoas assistiam à competição da maratona.
Devido a que foi a primeira vez que se realizou a maratona, os atletas não tinham nenhuma experiência. Muitos deles caíram na rua por causa de cansaço. Naquele momento, não havia os postos de água como hoje. Os gregos assistiam à competição bebendo vinho. Por isso, quando os atletas tinham sede, os espectadores lhes ofereciam vinho. Então, outros atletas caíam na rua por estarem bêbados.
No final, restaram apenas cinco atletas, entre os quais, três eram gregos. O entusiasmo dos espectadores gregos estava em auge. O grego Spiridon Louis não decepcionou seus apoiadores, conquistando o primeiro lugar. As pessoas correram a ele e o lançaram ao ar, um nobre deu imediatamente um cheque de grande valor, o dono de um restaurante decidiu oferecer comida de graça a Louis por toda sua vida, um cabeleireiro também prometeu que iria servir a ele gratuitamente, alguns ricos queriam que Louis casasse com suas filhas, o povo pediu ao governo que Louis se tornasse ministro... Spiridon Louis se tornou assim outro herói nacional da Grécia.
Na cerimônia de encerramento, o rei grego, Johann Georg I, ofereceu um grande banquete no palácio real aos atletas e funcionários de todos os países participantes. As pessoas se despediram com alegria e marcaram a data e o lugar de reencontro: Paris, quatro anos depois.
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