No retorno após a disputa, os atletas vitoriosos tinham uma recepção de heróis, com desfile pelas ruas. Também eram recompensados com dinheiro, presentes, ou isenção de impostos, entre muitos outros benefícios.
Enquanto isso, os participantes que promoviam fraudes eram castigados com a cobrança de uma multa que servia para financiar estátuas de bronze em homenagem a Zeus, colocadas no caminho do Estádio Olímpico, e nas quais se escrevia o nome do enganador e sua ofensa.
Dentro das principais características dessas Olimpíadas, verifica-se que, antes do início das competições, os atletas tinham a obrigação de sacrificar um porco em homenagem aos deuses. Da mesma forma, a grande maioria dos participantes disputava provas sem roupa, como forma de mostrar, com orgulho, sua condição física.
Um dos espetáculos mais célebres dos Jogos foram as corridas de biga, isto é, de carroças puxadas por cavalos. Há notícias de competições nas quais participavam até 40 veículos. Tinham de ser os mais rápidos em doze voltas, na pista que media, aproximadamente, 1250m, sem importar as enormes quantidades de poeira que levantassem, ou as quedas e ferimentos que sofressem. Havia, inclusive, pessoas que perdiam a vida nestas competições de alto risco.
Mas o mais violento dos espetáculos esportivos nas Olimpíadas da Antigüidade era, sem dúvida, o pancrácio. Esta era uma luta entre dois atletas que beirava a morte; combinava o boxe e a luta livre. Neste evento, tudo era permitido, exceto romper dedos, arrancar olhos e morder.
Mas os Jogos Olímpicos não eram somente um evento atlético. Também favoreciam o desenvolvimento cultural ao amparar a criação humana em diversos campos do conhecimento, como na arquitetura, matemática e poesia. Por exemplo, destaca-se o Templo de Zeus em Olímpia, desenhado por Libon. Nesta edificação foi usado um sistema de proporções geométricas baseado nos planejamentos de Euclides.
Na escultura, os Jogos inspiraram o famoso "Discóbolo", de Mirón. No que diz respeito à poesia, conhece-se uma variedade de odes (como as "Olímpicas", por exemplo), escritas por poetas famosos, como Píndaro e Simônides, para imortalizar os triunfos dos atletas nas competições.
A última Olimpíada da Antigüidade, com uma vasta lista de campeões, nomes e proezas, foi a do ano 394 d.C. Proibidos pelo imperador romano Teodósio I, por considerá-los um espetáculo pagão, os Jogos desapareceriam por muitos anos.
No entanto, 1.503 anos depois, graças ao esforço de um idealista francês e de um grupo de sonhadores, os Jogos voltariam a se realizar.
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