Em toda a história da seleção brasileira de futebol, Zico é o segundo maior artilheiro de todos os tempos, com 66 gols em 89 jogos, atrás apenas de Pelé que marcou 98 gols em 114 jogos. Mas como não poderia deixar de ser, não foi fácil chegar lá: o desafio era superar a desconfiança de treinadores, torcedores e da imprensa, e provar que tinha valor para vestir a camisa que um dia fora do rei: a número 10.
Com ela, participou de três Copas do Mundo, mas infelizmente nunca experimentou a glória de um título mundial, pequeno detalhe em sua brilhante carreira. As conquistas de Zico na Seleção Brasileira se limitaram ao Torneio Bicentenário dos Estados Unidos e a Copa Rio Branco, ambos em 1976.
E foi em 1976 que o Galinho de Quintino estreou na seleção, num jogo com o Uruguai, pela Taça do Atlântico. O Brasil venceu por 3x1, com um gol de falta de Zico. Dois anos mais tarde, lá estava ele, na copa da Argentina, onde o time de Cláudio Coutinho fora considerado campeão moral. No jogo contra a Suécia, em 3 de junho, Zico fez um gol de cabeça, após um cruzamento de Nelinho. Aquele gol daria a vitória ao Brasil no último minuto, mas o juiz anulou. Além daquele empate, os fatos extra-campo foram mais marcantes naquele mundial.
Mas a melhor oportunidade do craque colocar a mão na taça, sem dúvida alguma, foi em 1982, em uma das melhores seleções da história do futebol. Zico era o cérebro do time que ainda tinha os geniais Falcão, Sócrates, Leandro e Júnior e é até hoje considerado o melhor do Brasil desde a Copa de 70. Na fatídica tarde de 5 de julho, em Sarriá, Zico estava em campo na partida em que um tal Paolo Rossi deu as cartas e tirou o tetra do Brasil. Se a Copa fosse por pontos corridos, o Brasil seria campeão.
O destino ainda aprontaria mais uma, desta vez, em 1986. Para buscar o tão sonhado tetracampeonato, Telê Santana convocou praticamente o mesmo time-base de 1982. Zico não jogou muito bem, ainda por causa da contusão em 1985, naquele jogo do Bangu. A sua participação naquela Copa ficou marcada no 21 de junho. Brasil e França disputam uma vaga para as semifinais da Copa do México. Pênalti a favor do Brasil. Na hora, ninguém sabia quem iria bater: era um jogo de empurra. Zico conversou com Sócrates, querendo saber apenas como ele estava para bater. No fim da história, Zico, com problema no joelho e tudo, bateu. Teve que bater, pois ninguém queria assumir a responsabilidade de fazê-lo. E aí, todos nós sabemos o que aconteceu.
Como jogador, Zico encerrou sua carreira na seleção brasileira em março de 89, no Estádio Comunale del Friule, em Udine, onde mais de 40 mil italianos gritaram o seu nome pela última vez.
NOME: Artur Antunes Coimbra
DATA DE NASCIMENTO: 03/03/1953
NATURALIDADE: Subúrbio de Quintino - RJ
CONTRATAÇÃO PELO FLAMENGO: 1967
ESTRÉIA NO TIME: 29/07/71 (Flamengo 2 x 1 Vasco)
Clubes que atuou: Flamengo, Udinese/ITA e Kashima Antlers/Japão
Total de jogos: 1176
Total de gols: 831
Total de títulos: 46
Alguns títulos importantes: Campeonato Carioca (1972,74,78,78, 81,86); Taça Guanabara (1972, 73, 78, 79, 80, 81, 82, 88, 89); Campeonato Brasileiro (1980, 82, 83, 87); Taça Libertadores da América (1981); Mundial Interclubes (1981); Ramón de Carranza (2); Torneio Pré-olímpico (1971).
Jogou 765 jogos pelo Flamengo marcando 568 gols, na Udinese 79 jogos e 57 gols, no Kashima 88 jogos e 54 gols e na Seleçao 89 partidas e 66 gols.
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