Dia 3 de março é o aniversário do maior ídolo da história do Flamengo, a maior torcida do Brasil. Isso já seria suficiente para mostrar a importância de Zico no futebol brasileiro. A sua trajetória como atleta e como dirigente foi - e ainda é - marcada por sua força de vontade, espírito de equipe e, acima de tudo, seu senso profissional. Títulos, gols, passes e lances geniais não vieram por acaso, mas sim após muita dedicação. Além disso, Zico também é uma figura carismática: sua identificação com o torcedor certamente garantiu a ele um lugar no coração de fãs de todas as idades - até mesmo do outro lado do mundo.
Arthur Antunes Coimbra, o Zico do Flamengo, da seleção brasileira, do Udinese, do Kashima Antlers e do Beach Soccer nasceu no subúrbio de Quintino Bocaiúva, no Rio de Janeiro, em 3 de março de 1953. Era o filho caçula de dona Tidinha e seu Antunes, e ganhou o nome do seu avô materno.
Assim como os seus irmãos mais velhos Zeca, Nando, Edu e Tonico, brincava na rua o dia inteiro. Soltava pipa, rodava pião, jogava bolinha de gude... Mas o que aquele garoto gostava mesmo era de jogar futebol. Tudo o que Zico queria era jogar bola. E jogava bem: desde menino, o pequeno Arthurzinho - ou Arthurzico, como era conhecido, já impressionava a todos com a sua visão das jogadas, a sua habilidade com a bola nos pés e com os seus inúmeros gols. Os pais sempre apoiavam a escolha dele e de seus irmãos, exigindo apenas uma coisa: tinham que continuar a estudar, e ter um diploma universitário. A profissão de jogador de futebol, na época, não era muito bem vista.
Zico já era Zico, o galinho de Quintino, em 1967, quando tinha um teste marcado no América, time dos irmãos, aos 13 anos de idade. Foi quando apareceu Celso Garcia, radialista e amigo da família, que pediu ao Seu Antunes a autorização para levá-lo a um treino do Juvenil do Flamengo. O coração do menino, coração de torcedor, falou mais alto. Com 13 anos e 1,45m, o magro e pequenino Zico, ao lado do amigo Celso Garcia, cruzou os portões da Gávea pela primeira vez.
Modesto Bria, treinador das categorias de base do clube, quase não acreditou quando Garcia lhe mostrou aquele menino franzino. "É muito pequeno, não dá", teria dito o técnico. Mas a teimosia de Garcia foi maior que a de Bria, e Zico acabou sendo chamado para treinar. Jogou apenas 10 minutos, ao lado de meninos de 17 anos. Foi o suficiente para que o treinador desse conta que estava diante do futuro ídolo do clube, um dos maiores astros do futebol brasileiro.
Ninguém negava sua qualidade, mas o que dificultou muito o seu início de carreira era o seu tamanho. Era franzino e fraco fisicamente, perdendo muitas jogadas por causa disso. A partir daquele momento, o Flamengo preparou uma preparação física especial, orientada pelo professor José Roberto Francalacci, que tinha como objetivo fazer do menininho um atleta perfeito, capaz de suportar os choques inevitáveis com os marcadores adversários. Após quatro anos e uma fase de tratamentos, acompanhamento nutricional e desenvolvimento muscular, o garoto Zico transformou-se no atleta Zico. A partir daí, começou a sua preparação técnica, para melhorar a qualidade das suas jogadas e aprimorar a velocidade com a qual elas se processavam. Depois de muito treino, Zico estava pronto para entrar em campo no time profissional do Mengão.
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