O futebol feminino da China conquistou a medalha de prata dos Jogos Olímpicos de Atlanta, nos Estados Unidos, 1996; foi vice-campeã do mundo de 1999 e sete vezes consecutivas campeã asiática. Por isso, chegou a ser apontada como o "Brasil do Futebol Feminino". Mas, depois de 1999, com o afastamento dos gramados dessa geração, a seleção chinesa deixou de disputar os principais títulos mundiais e perdeu a liderança na Ásia para as norte-coreanas.
Apesar da má fase, os torcedores ainda depositam grandes esperanças em relação à conquista da medalha de ouro olímpica em Beijing, em 2008. Para não desiludir os torcedores, a Federação Chinesa de Futebol e as atletas estão se preparando desde 2004. Em 2004 e 2006, as meninas se sagraram duas vezes a vice-campeã do Campeonato Mundial Feminino de Juniores. E, em 2006, a China reconquistou o título asiático na Copa da Ásia da Austrália.
Durante o quadrangular amistoso entre as seleções da Alemanha, atual campeã mundial; Estados Unidos, atual campeã olímpica; Inglaterra e a China, disputado em Guangzhou, em janeiro, as meninas não decepcionaram. Elas venceram por 2 a 0 as inglesas; empataram em 0 a 0 com as alemães e perderam por 2 a 0 das norte- americanas. A vice-campeã do torneio aumentou a confiança do time, segundo o técnico da seleção, Wang Haiming.
Ele disse:
"O quadrangular encerrou nosso período de observação em relação ao desenvolvimento de nosso trabalho técnico e tático. O resultado aumentou a nossa confiança e vamos trabalhar nos empenhar para resolver nossos problemas".
O técnico da seleção norte-americana, Greg Ryan, elogiou a seleção chinesa:
"O time chinês jogou muito bem, especialmente no segundo tempo. Elas estavam atrás no placar, mas criaram ótimas oportunidades. Parabéns a elas, apesar da derrota".
Ryan está coberto de razão. Neste quadrangular, o time demonstrou grande motivação e vontade de vencer em campo, especialmente as jogadoras jovens como as zagueiras Weng Xinzhi e Zhou Gaoping e a meio-campista, Zhang Ying. As novatas trouxeram nova alma ao time, mas alguns dos fundamentos - especialmente nos passes - estão longe do desejável. A atacante Han Duan afirmou:
"O time ainda precisa melhorar muito os passes. Caso contrário, não seremos páreo para as nossas adversárias nos jogos olímpicos".
A volante Yue Min também diz que a seleção deve crescer tecnicamente:
"Devemos aprender com o legado da geração passada e nos aperfeiçoamos tecnicamente. As adversárias são fortes, mas se jogarmos bem, de acordo com as características do time, podemos superá-las".
O futebol feminino chinês deve insistir na opção pela qualidade técnica, para compensar as desvantagens físicas em relação às jogadoras européias e americanas.
"Estamos distantes dos times de ponta, mas se dermos prosseguimento ao nosso trabalho, podemos nos sair bem nos Jogos Olímpicos," completou Wang Haiping.
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