Um dos papéis importantes nos jogos olímpicos da antiguidade era o juiz.
Os juízes das olimpíadas antigas vestiam normalmente túnicas roxas, com coroa de oliveira na cabeça e chicote na mão. Eles não só desempenhavam a função de árbitro nos jogos de hoje, mas também tinham "grandes poderes". Um mês antes dos jogos olímpicos, os atletas se concentravam num lugar determinado para ficar a par das regras das competições, e os juízes examinavam seus estudos. Além disso, os eles ainda supervisionavam os treinamentos dos atletas e explicavam algumas exigências especiais e morais a eles.
Estes juízes ainda tinham uma tarefa importantíssima. Antes dos jogos olímpicos, eles deveriam transmitir a ordem de paz para todas as cidades-estado. A ordem de paz garantiu que os jogos olímpicos da antiguidade fossem realizados a cada quatro anos consecutivos durante mais de mil anos. Os juízes, munidos da tocha Olímpica e de seus cavalos, viajavam por todas as cidades-estado para dar a ordem de paz. Durante os jogos olímpicos, todas as guerras paravam e os caminhos, antes fechados, eram reabertos para facilitar as pessoas de todo o país participarem dos jogos.
Além de tudo, os juízes da antiguidade tinham as tarefas de dirigir o juramento dos atletas a Zeus, organizar os jogos e fazer arbitragem das competições.
Tudo isso mostra que eles realmente tinham uma posição célebre. Porém, inicialmente, há cerca de 200 anos, os jogos olímpicos da antiguidade tinham apenas um juiz que era o rei do país. E, nos mil anos posteriores, o cargo deste era herdado por uma família da cidade-estado, a Elis. Em 480 a.C, o número de juízes aumentou para nove, e eles dividiam o trabalho: três arbitravam o Pentatlo, três a corrida de bigas, e outros três serviam para outras modalidades. Entre os noves juízes, havia um juiz-chefe. Em 384 a.C, na 108ª edição dos jogos olímpicos da antiguidade, esse número passou a 10.
Isso tudo era bem diferente de hoje, onde os jogos olímpicos têm normalmente milhares de juízes para arbitrar as competições.
Naquela época, os juízes eram todos da mesma cidade-estado, e, como se garantia a justiça para os atletas que vinham de todas as cidades-estado do país? Uma medida importante foi o juramento a Zeus. Na lenda da Grécia antiga, Zeus era o maior deus e quem violasse o compromisso com ele, seria punido rigorosamente. Os juízes garantiam a justiça, e não aceitavam subornos. Além disso, eles eram isolados nove meses antes dos jogos começarem, sem nem mesmo poderem responder a cartas até o fim do evento.
Dessa forma, os juízes antigos provavam-se muito justos e suas obrigações eram bem transparentes. Assim, eles ganhavam a confiança dos espectadores. Ninguém jamais duvidava sobre os eleitos campeões, mesmo que estes fossem da cidade-estado dos juízes.
Naquela época, se houvesse alguém que não concordava com o resultado da arbitragem, poderia reivindicar. E, caso realmente fosse uma arbitragem errada, o juiz seria punido. Porém, o resultado não seria mudado. Este costume é conservado até hoje, onde caso o árbitro pontue algo erroneamente, as organizações esportivas relacionadas o punirão, mas o resultado dos jogos permanecerá.
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