No discurso que proferiu durante a cerimónia, Vicente Moura, presidente da Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa, sublinhou que "a organização assumida, desde a primeira hora, pelo Comité Olímpico de Macau, constitui um marco histórico para os nossos povos e para o Movimento Olímpico que os inspira." Deixando "efusivos agradecimentos às entidades governamentais aqui representadas, pelo apoio e incentivos que possibilitaram a nossa participação neste importante evento internacional, em especial ao Governo da Região Administrativa Especial de Macau," o responsável máximo pela ACOLOP, ao abrigo da qual se realizam os Jogos da Lusofonia, sustentou que "o futuro a nós pertence", para vincar que "cumpre-nos agarrar esta oportunidade para incrementar o conhecimento e o respeito mútuo que a História e o Desporto nos proporcionam."

Manuel Silvério, presidente da Comissão Organizadora dos 1.os Jogos da Lusofonia, realçou o significado histórico da realização do evento. "Estamos hoje aqui reunidos em Macau, verdadeira plataforma de cooperação entre a China e a Lusofonia, num momento de grande significado histórico para, em conjunto, aprofundarmos o desenvolvimento das relações entre os nossos povos e culturas e lançarmos um ampla cooperação entre todos, para melhor vencermos os desafios do futuro," afirmou.

O responsável agradeceu à Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa e a cada um dos líderes dos Comités Olímpicos participantes "a confiança dada a Macau para organizar este grande evento desportivo." Para Manuel Silvério, os Jogos da Lusofonia são demonstrativos de que "as línguas não são mais instrumentos de soberania ou de dominação, mas cada vez mais veículos de aproximação e compreensão entre os povos, veículos de paz."

"Nunca tantos meios e recursos humanos foram mobilizados para um evento cujo pretexto fosse a língua portuguesa," sublinhou ainda o presidente da COJOL. Manuel Silvério destacou também que "após a criação do Governo da RAEM, o Português continua a ser língua oficial, posição prudente mas de longa visão que proporcionou a organização deste grande evento lusófono nesta terra chinesa."

A Cerimónia de Abertura começou às 19 horas, com um espectáculo cultural que incluiu actuações do grupo Ninidya de Moçambique, o Grupo de Danças de Timor-Leste, a Tuna da Universidade Católica Portuguesa do Porto, Alma de Coimbra, os Thunders de Macau e Filipe Tou, de Macau.

Às 20 horas, hora a que começou a transmissão televisiva que chegou a 420 milhões de lares, o fogo de artifício iluminou o Estádio de Macau. Ao longo de hora e meia, efeitos de iluminação impressionantes emolduraram as actuações de um grupo de bailarinas chinesas, um grupo de samba, a fadista portuguesa Ana Moura, o Grupo de Danças e Cantares de Macau e uma formação de percussões africanas. Ao todo, incluindo voluntários locais, foram cerca de 3 mil as pessoas que participaram no espectáculo.

Os atletas dos 11 países presentes nos Jogos desfilaram no Estádio, juntando-se à festa. As tochas com a Chama Olímpica foram transportadas por 4 atletas, em representação de outros tantos continentes presentes no evento, tendo-se seguido mais um momento fantástico, com a chama a ser depositada na pira. A cerimónia, para uma plateia muito efusiva, acabou com o Hino Oficial dos Jogos da Lusofonia, muitos aplausos e fogo de artifício.