É preciso muita vitalidade para percorrer cerca de 100 mil quilômetros de bicicleta por terrenos acidentados, desertos e matas tropicais, não é verdade?

Pois bem...Vitalidade parece não ser problema para Lin Jingen. Nascido na Província de Zhejiang, Leste da China, tratou de pegar a sua bicicleta e uma mochila para realizar este feito-aos 72 anos-para divulgar os Jogos Olímpicos de Beijing.

Franzino e ex-técnico de silvicultura de sua terra natal, Lishui, Lin é membro do Conselho da Associação de Ciclismo dos Membros da Terceira Idade daquela cidade.

O dia 13 de julho de 2001 mudou a vida de Lin. Naquele dia, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que Beijing foi eleita a cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2008. Naquele dia, como o país inteiro, Lin pulou de alegria. Naquele dia, decidiu a fazer algo em prol do maior evento desportivo da humanidade.

Lin começou a percorrer os seus 100 mil quilômetros no dia 20 de fevereiro de 2002. Ele já cruzou 27 províncias chinesas - de Shandong (Leste), a Xingjiang (Oeste); de Sanya (Sul) a Heilongjiang (Norte). No dia 9 de junho deste ano, Lin saiu do Passo da Amizade e iniciou sua jornada por países no sul asiático: Vietnã, Camboja, Tailândia, Malásia, Singapura etc.

Falante, disse que a China tinha quatro sonhos olímpicos no século XX: a participação nos Jogos; a primeira medalha de ouro, a promoção dos Jogos e o primeiro lugar no ranking de medalhas. Os primeiros três já foram concretizados. Em 1932, em Los Angeles, EUA, a China participou pela primeira vez das olimpíadas; em 1984, novamente em Los Angeles, o atirador Xu Haifeng conquistou a primeira medalha de ouro e, em 2001, Beijing foi eleita para promover os Jogos Olímpicos. O último deles, portanto, pode ser alcançado em 2008.

Lin disse: "Meu slogan é 'Amo a China, Amo as Olimpíadas'. Quero promover os Jogos Olímpicos e pedir o apoio dos chineses em todo o mundo".

Lin não para de narrar as experiências que acumulou durante a viagem. As lindas paisagens, a recepção por onde passa, especialmente por parte dos imigrantes chineses, além das assinaturas e mensagens de apoio às Olimpíadas o tornam muito feliz.

Obviamente que a viagem enfrenta momentos tempestuosos. Este verão tem sido particularmente quente e chuvoso na região, sem falar do açoite infligido pelos mosquitos e outros bichos.

Lin também fala sobre outras desventuras, como as que viveu durante sua passagem pelo Vietnã. A segurança pública é fraca, diz, ao choramingar o roubo de câmara digital avaliada em 500 dólares. "Não pensei que seria assaltado numa cidade próspera como Ho Chi Minh, onde também levaram o meu celular".

As amarguras não acabaram por aí. "Fui atropelado por uma moto e caí da bicicleta", conta.

No Camboja, Lin se sentiu muito bem recepcionado. Quando chovia, sempre era convidado para se hospedar na casa de alguém. Os imigrantes chineses e a mídia daquele país deram também grande apoio à sua viagem.