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Futebol italiano vai do céu ao inferno
2006-07-24 09:55:28    cri

Menos de uma semana após conquistar a Copa do Mundo, o universo do futebol italiano virou de cabeça para baixo com grandes clubes do país sendo rebaixados para a segunda divisão por causa do escândalo da manipulação de resultados no Campeonato Italiano.

Um tribunal italiano esportivo declarou seu veredicto no dia 15, punindo o mais bem-sucedido clube da Itália, a Juventus, com o rebaixamento para a segunda divisão, junto com Fiorentina e Lazio. Além disso, os três clubes receberam uma pena adicional a perda de pontos: 30 para o time de Turim, 12 para o de Florença e sete para o romano em razão de seu envolvimento neste escândalo.

O quarto clube envolvido no escândalo, o Milan, que pertence ao ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, também foi duramente penalizado ao começar a próxima temporada do campeonato com menos 15 pontos na tabela.

O escândalo veio à tona em maio com a publicação de conversas telefônicas interceptadas entre o ex-gerente geral da Juventus, Luciano Moggi, e autoridades do futebol italiano discutindo manipulação na arbitragem. Assim como os clubes, o tribunal barrou uma série de representantes de clube do esporte por diferentes períodos.

Luciano Moggi, que foi o centro do escândalo, foi banido do esporte por cinco anos e o ex-presidente da Federação, Franco Carraro, por quatro anos e meio.

"Golpe duro", foi a manchete do jornal La Gazzetta dello Sport. "A bola passa agora pela Corte Federal, segunda e última instância da justiça esportiva. Não é possível pensar que se dê uma volta no veredicto. O que se pode pensar é que haja um reajuste significativo das penas", estima La Gazzatta.

"Para o inferno", era a chamada da primeira página do Corriere della Sera. "Passou-se apenas 120 horas do triunfo italiano no Mundial para o momento em que duas gerações do futebol foram completamente banidas".

"Terremoto", escreve La Repubblica, considerando que após as apelações haverá "fortes reduções das penas". "A única certeza é que ninguém sabe quando poderá começar o campeonato italiano".

Para La Stampa, diário do grupo Fiat, cujos principais acionistas são os mesmos do Juventus, a família Agnelli, a condenação é "cruel e humilhante" para o clube, "sem entrar no fundo" da questão.

"Em matéria de ilegalidade, a justiça esportiva castigou a simples tentativa. Outro 'Juventus' começa, e espero de todo coração que outro futebol italiano também", ressaltou em seu editorial La Stampa.

"Acho que o veredicto foi injusto, nem todos os elementos que levaram às investigações foram devidamente considerados", disse Fabrizio Caccamo, um morador de Roma.

Outros elogiaram as regras, afirmando que a justiça rígida era precisa para eliminar a crônica corrupção no esporte.

"Concordo plenamente com o veredicto. Todos têm que pagar pelo o que fizeram, mesmo se o Milan teve um pouco mais de sorte que os outros times", disse Marco Rossi, outro torcedor.

A sentença trará também grandes perdas econômicas para a Juventus, Lazio e Fiorentina, principalmente comprometerá os rendimentos dos três clubes em termos de patrocínios, direitos sobre transmissões de TV e venda de ingressos.

"A maior peça nos quebra-cabeças são os direitos de TV, já que o número de espectadores da Série B é muito menor do que da Série A", disse Harry Philp, diretor da Hermes Sports Partner, empresa de consultoria na área esportiva.

As redes Mediaset e Sky Italia já haviam indicado que tentariam renegociar seus contratos em caso de queda da Juventus, campeã das últimas duas temporadas até hoje.

Por outro lado, poderá haver uma compensação na perda de arrecadação com direitos de TV para os três times diante da expectativa de que a presença deles na segunda divisão aumente a audiência desse torneio.

"Isso poderá, na verdade, reduzir o dinheiro que vai para a Série A", previu Philp. Há, porém, outra questão desfavorável para Juventus, Lazio e Fiorentina. Os direitos sobre a Segundona, que é transmitida pela estatal RAI e que dá vaga a três times na elite, são negociados de forma coletiva, o que dificultaria acordos com cada um dos três sobre ganhos extras.

A expectativa é que a Mediaset, que pagou 65 milhões de euros (R$ 182 milhões) pelos direitos de transmissão da temporada 2006/2007, e a Sky Italia anunciem suas medidas por volta do dia 25 deste mês, quando se espera que as apelações do caso estejam decididas.

Mudar os contratos é trabalhoso, pois os direitos se relacionam a vários tipos de mídia. Outra questão que terá de ser tratada pelos três rebaixados, sobretudo pela Juventus, é o que fazer com os principais jogadores. Isso poderá gerar recursos agora em empréstimos e vendas, mas, depois, será necessário remontar times fortes.

A sentença de hoje é mais problemática para a Juventus, porque a deixou fora da Liga dos Campeões da UEFA e a fará iniciar a Série B com 30 pontos a menos. Assim, a expectativa é que só volte a disputar a primeira divisão em 2008/2009, o que a deixaria fora dos principais interclubes europeus até a edição 2009/2010.

Os patrocinadores do time ainda não manifestaram a intenção de cancelar os contratos, mas é provável que queiram reduzir os valores pagos.

A Juventus deverá enfrentar ainda problemas no mercado acionário, já que tem cotação em papéis.

O valor de suas ações começou a cair já em maio, quando foram reveladas as primeiras escutas telefônicas sobre o escândalo de resultados arranjados. Hoje, elas chegaram a subir, pois se esperava uma pena mais dura, com a queda para a Série C.

 
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