No primeiro semestre do ano, os investimentos em ativos fixos pelo setor privado cresceram 7,2% anualmente, respondendo por 60,7% do total de investimentos, de acordo com dados do Departamento Nacional de Estatísticas.
O crescimento foi muito maior do que os 3,2% registrados no ano passado.
Em todo o país, 11 províncias e regiões registraram dois dígitos de crescimento no investimento privado durante o período, o que atribuído pelos analistas à melhora na demanda agregada pela estabilização econômica.
A economia chinesa expandiu 6,9% na primeira metade de 2017, melhor do que as expectativas, levando instituições globais como o Fundo Monetário Internacional a elevar as projeções do Produto Interno Bruno (PIB) chinês.
A virada em exportações também ajudou os negócios privados a investir pesado em manufatura, uma indústria que teve menos barreiras e menor intervenção do governo, de acordo com Rang Jianwei, pesquisador do Banco de Comunicações.
O comércio exterior da China cresceu a um ritmo mais rápido desde a segunda metade de 2011, com exportações denominadas em yuan aumentando anualmente 15% no primeiro semestre deste ano.
Os dados de investimento foram positivos para a economia chinesa pois as autoridades chinesas temiam sentimento pessimista no setor, que se continuasse, afetaria as projeções para a economia no longo prazo.
Desde as reformas da China nos anos 1980, os negócios privados têm assumido um maior papel em guiar o crescimento. O setor agora contribui com mais de 60% do PIB da China e provê mais de 80% do emprego.
Mas nos anos recentes, as atividades do setor se tornaram menos vibrantes devido aos ventos contrários na economia, maior custo de trabalho e material, restrições de entrada e dificuldades financeiras.
Em infraestrutura e algumas indústrias de serviços como rodovias e serviços de saúde, investidores privados têm menos chances de participar pois empresas estatais ainda dominam.
Mais preocupante, bancos e instituições financeiras têm o hábito de tender em direção aos emprestadores apoiados pelo estado devido a preocupações com riscos, tornando isso mais difícil para os investidores privados acessarem fundos.
A tendência tem alertado as autoridades, sugerindo a implementação de mais medidas para estimular as atividades.
A última ação, uma reunião do Conselho de Estado na semana passada pediu para aperfeiçoar as aprovações de projetos de investimento por investidores privados, e encorajá-los a participar dos principais projetos do "Made in China 2025", agricultura moderna, e atualização de tecnologias nas empresas.
O governo irá desenvolver mecanismos para assegurar que o investimento privado obtenha retorno razoável em projetos de Parceria Público-Privada (PPP), e o mecanismo de avaliação de crédito para empresas privadas será melhorado para facilitar a obtenção de empréstimos.
Até o final de junho, a China tinha 13.554 PPPs em todo o país com um investimento de 16,3 trilhões de yuans (US$ 2,43 trilhões), de acordo com dados do Centro de Parceria Público-Privada da China.
Enquanto os esforços têm impulsionado o investimento privado, o crescimento do setor ainda está atrás do setor estatal, que expandiu 12% nos primeiros seis meses.
"A China expandiu reformas para melhorar o ambiente de negócios para os investidores privados, para permitir que eles tenham um maior papel em facilitar a reestruturação da China", disse Zhang Jianping, funcionário do centro de pesquisa sob o Ministério do Comércio.
Por Xinhua