A pesquisa entrevistou 1.000 pessoas por telefone entre os dias 24 e 26 de julho, apenas 14% se pronunciaram contra e 5% não responderam. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Entre os que acreditam que a Câmara deve autorizar a denúncia contra Temer, 89% são jovens, 86% e 85% têm, respectivamente, ensino médio ou superior, 87% têm renda familiar entre dois a cinco salários mínimos e 87% vivem na região sul do país, sendo 86% nas capitais.
A pesquisa apresentou algumas frases para os entrevistados, que deviam concordar ou discordar do teor. Setenta por cento concordaram com a afirmação "Ficarei indignado se os deputados votarem contra a abertura do processo no STF", 79% aprovaram a frase "Acho que a denúncia é correta e o deputado que votar contra a abertura do processo é cúmplice da corrupção".
Para o parlamentar que estiver pensando em reeleger-se nas próximas eleições, a pesquisa indicou que 73% dos brasileiros concordaram com a afirmação: "O deputado que votar contra a abertura do processo não merece ser reeleito em 2018".
No início de junho, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia criminal contra Temer, a quem acusou de ter negociado propinas com o empresário Joesley Batista da multinacional brasileira JBS em troca de conceder benefícios às suas empresas junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Junto com Temer, foi acusado seu assessor especial, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, que se encontra em prisão domiciliar após ter sido filmado em abril, recebendo uma maleta com 500 mil reais (160 mil dólares) que seria a primeira entrega mensal de propinas destinadas ao mandatário e seus colaboradores mais próximos, por um prazo de 20 anos.
A denúncia já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e seguirá para votação na Câmara dos Deputados na próxima quarta-feira.
Pela legislação brasileira, cabe à Câmara autorizar um pedido para processar o presidente da República, desde que haja a aprovação de 342 dos 513 votos, o que corresponde a dois terços dos deputados.
Esta é a primeira vez que um presidente do Brasil no exercício do cargo é denunciado perante o STF e, caso a denuncia seja autorizada e os 11 integrantes da Suprema Corte decidirem a favor do processo, Temer será afastado do cargo por 180 dias, assumindo internamente o presidente da Câmara Rodrigo Maia, que será efetivado em caso de condenação do mandatário.
Por Xinhua