A 5ª sessão da 12ª Assembleia Popular Nacional (APN) foi aberta hoje (5) pela manhã em Beijing. Na ocasião, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, apresentou o plano de trabalho do governo e revelou algumas dificuldades e questões no desenvolvimento socioeconômico chinês.
Segundo o premiê, o risco financeiro e econômico não pode ser ignorado e a poluição ambiental ainda tem pela frente muitos desafios, especialmente a polução repetida em algumas regiões. Além disso, a população ainda não está satisfeita com questões relacionadas à habitação, educação, saúde, previdência, segurança alimentar e distribuição de renda.
Perante esses desafios, o governo chinês estabeleceu a meta de crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) em cerca de 6,5% para 2017, em comparação com a meta situada entre 6,5 e 7% para 2016, segundo o relatório de trabalho do governo.
"A China buscará melhores resultados no atual trabalho econômico", informa o relatório apresentado pelo primeiro-ministro Li Keqiang na abertura da sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), o mais alto órgão legislativo do país.
Essa meta, que atraiu a atenção do mundo, é a menor em 25 anos, após a meta de 6% em 1992. A China alcançou um crescimento de 6,7% no ano passado. A meta projetada está de acordo com os princípios e com a realidade da economia, explica o relatório, acrescentando que a meta ajudará a estabilizar as expectativas do mercado e facilitar os ajustes estruturais do país. Também contribuirá para alcançar o objetivo de construção de uma sociedade economicamente ajustada em todos os aspectos.
Neste ano, a China planeja criar mais de 11 milhões de empregos urbanos, um milhão a mais que em 2016, o que mostra a grande importância que o país atribui ao emprego. "Considerando nossas boas bases econômicas e a capacidade que elas trazem para a criação de empregos, esta meta é atingível com trabalho duro", assinala o documento.
A China fará maiores esforços este ano para implementar a estratégia de desenvolvimento impulsionada pela inovação, melhorar a estrutura da economia real e seu desempenho e competitividade, disse o premiê chinês, Li Keqiang, em seu relatório de trabalho do governo.
A economia real sempre tem sido a base do desenvolvimento da China; e a tarefa que nós enfrentamos atualmente é acelerar a sua transformação e atualização.
Para este fim, indicou o relatório, a China fortalecerá sua capacidade de fazer inovações tecnológicas ao melhorar os mecanismos para fornecer apoio constante e de longo prazo à pesquisa fundamental e original. Assim, será possível construir grandes projetos nacionais de infraestrutura para ciência e tecnologia, bem como criar centros de inovação tecnológica e estabelecer plataformas para compartilhar os recursos da pesquisa e desenvolvimento, entre outras medidas. A China também vai acelerar o desenvolvimento das indústrias emergentes.
Em relação à proteção do meio ambiente, a China prometeu reduzir acentuadamente a densidade de PM2,5 nas principais áreas em 2017.
As emissões de dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio serão diminuídas em 3% neste ano, como parte dos esforços para tornar o céu azul, de acordo com o relatório apresentado pelo primeiro-ministro Li Keqiang na abertura da sessão anual do parlamento.
"A China vai se esforçar mais para resolver a poluição causada pela queima de carvão", diz o relatório, acrescentando que medidas abrangentes serão tomadas para substituir o uso de carvão pela eletricidade e gás natural em mais de três milhões de lares.
Todos os fornos a carvão nos distritos estabelecidos das cidades de nível de sub-região ou acima serão fechados em 2017.
Segundo o relatório, todas as principais fontes de poluição industrial serão postas sob o monitoramento online 24 horas por dia. A China também vai reforçar a pesquisa sobre as causas do smog para melhorar a base científica e a precisão das medidas tomadas.
Tradução: Xia Ren
Revisão: Rafael Fontana