A partir da primeira edição em 2008, a cúpula do G20 tem desempenhado um papel positivo na promoção da economia mundial. Atualmente, a situação econômica mundial está experimentando mudanças complicadas e a diferença entre os países quanto ao desenvolvimento econômico está se ampliando. Devido ao fato, os diferentes países buscam interesses diferentes.
A economista sênior do Instituto Brasileiro de Economia, Lia Valls Pereira, nos concedeu uma entrevista, considerando que o tema desta edição da cúpula em Hangzhou, "Rumo a uma economia mundial inovadora, envigorada, interligada e inclusiva" é uma boa resposta a essa situação. Ela disse:
"Uma das grandes questões mundiais que têm acontecido é o aumento da desigualdade. Por isso, além da promoção do crescimento econômico, devem estudar como trazer benefícios a mais países, pois o mundo é um conjunto interligado."
Logo após sua fundação, o G20 visou coordenar as políticas dos membros e enfrentar a crise financeira. Com o desenvolvimento constante, ele já se tornou uma importante plataforma para o tratamento de assuntos mundiais. Na opinião de Lia, o G20 deve voltar a focar em temas relacionados à economia. E será o maior desafio converter os consensos em realidade, salientou a economista.
"Ao longo do tempo, o G20 colocou muitos outros temas na agenda, perdendo um pouco o foco. Acho que é melhor voltar ao foco inicial, por exemplo, a questão de como garantir um crescimento mais sustentável da economia. Acho que isso deveria ser uma questão importante. Ao mesmo tempo, o maior desafio é de ter uma agenda muito clara, e tentar que tipo de ação coordenada é possível ser feita."
Nos últimos anos, o Brasil, considerado um dos motores para o crescimento global, tem caído em recessão. Por causa disso, a cúpula de Hangzhou desperta muita atenção neste país latino-americano, para ver se pode oferecer uma saída para a recuperação econômica brasileira. A economista Lia Valls Pereira apontou que o governo brasileiro do novo presidente Michel Temer deve aproveitar a oportunidade para reforçar ainda mais a cooperação com a China.
"Acho que no geral, o Brasil tem interesse em medidas que ajudem a alavancar o crescimento econômico mundial como todos, pois o país está passando por uma recessão muito grande. E o governo brasileiro tem uma agenda bilateral com a China na cúpula, o que é importante para o Brasil conseguir efetivamente os investimentos chineses para áreas amplas."
A economista brasileira ainda saudou a contribuição da China para o desenvolvimento econômico global. Por um lado, como o segundo maior bloco econômico, será boa notícia que a China mantenha um crescimento relativamente rápido. Por outro lado, a China levantou diversas propostas para a reforma do mecanismo de administração econômica global e a recuperação da economia mundial, por exemplo, o estabelecimento do BAII (Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura), cooperação internacional da capacidade produtiva, e as iniciativas "um cinturão e uma rota". Segundo Lia, o Brasil considera tudo isso como oportunidade.
"O Brasil sempre vê o desenvolvimento da China como uma grande oportunidade. Fica atento com as importantes estratégias de desenvolvimento da China. Acho que uma grande prioridade para o governo brasileiro é realmente tentar alavancar a agenda de investimentos da China no Brasil, não só na área de infraestrutura, mas também em outras áreas, como tecnologias e serviços."
Na sexta-feira (2), o presidente brasileiro Temer participou de um seminário de alto nível do comércio China-Brasil, convidando empresas chinesas a investirem no Brasil. Após o evento, as empresas chinesas e brasileiras assinaram nove acordos de cooperação, abrangendo áreas de energia, eletricidade, aviação civil e agricultura.