Messi e Sabella - sobretudo Sabella - "acordaram" a tempo de permitir à Argentina estrear com uma vitória no Mundial de 2014, com um triunfo tangencial sobre a Bósnia, por 2-1, no jogo inaugural do Grupo F, que encerrou o quarto dia de competição. A estreante balcã ainda ameaçou protagonizar uma surpresa, mas manteve-se a "regra" ao fim de 11 jogos: nenhum empate no Brasil.
Com o "sportinguista" Marcos Rojo e o "benfiquista" Garay na defesa, a Argentina surpreendeu com um esquema de três centrais, que se traduziu em 45 minutos de muita desinspiração e passividade, que nem as individualidades - Messi, Di María, Agüero - conseguiram disfarçar. No entanto, aos três minutos os sul-americanos já venciam, fruto de um auto gol de Kolasinac, após estar livre de Messi e desviar-se de Rojo.
Apesar do autogol mais rápido da história dos Mundiais ter dado vantagem à Argentina, Sabella não tinha razões para estar satisfeito. Por isso, ao intervalo mudou para 4x3x3 e lançou Gago e Higuaín em campo, algo que se traduziu numa melhoria a olhos vistos da formação alviceleste. Messi acompanhou a subida de rendimento e, aos 65 minutos, assinou o primeiro lance de "magia" da partida.
Em diagonal e após evitar dois adversários, Messi fez um excelente gol, com um remate fora da grande área que bateu no poste antes de entrar. Foi o segundo golo da carreira do avançado em fases finais de Mundiais, o primeiro desde a estreia no Mundial 2006, na Alemanha. Desde então, Messi esteve 622 minutos "em branco" no maior palco do futebol mundial. O jogo estava "sentenciado", mas a Bósnia ainda ameaçou.
O recém-chegado Ibisevic, aos 84 minutos, fez o primeiro gol da Bósnia em Mundiais e ainda deu alento à formação balcã, que ainda assim não conseguiu chegar ao empate. No novo Maracanã, com um recorde de público de 74.378 espectadores, a Argentina da segunda parte do jogo, mostrou ter capacidade para chegar ao terceiro título Mundial; a do primeiro tempo, nem o melhor Messi consegue salvar.