A etnia Oroqen, grupo de cerca de 10 mil integrantes, vive principalmente na pradaria Hulun Buir, da Mongólia Interior, e em zonas da província de Heilongjiang, nordeste da China. Os Oroqen têm o próprio dialeto e em sua língua, Oroqen significa "domador de veados" ou "habitantes montanhosos".
"Nas altas montanhas há vastas florestas, onde vivem os Oroqen valentes..."
Esta é uma canção dos Oroqen, que circula amplamente no país, enaltecendo sua nova vida.
Na aldeia Liemin da etnia Oroqen, nos subúrbios da cidade de Zhalantun, Mongólia Interior, o idoso E Fengjun, atirador certeiro, é o chefe dos Oroqen na localidade e vive junto com sua grande família de 14 membros, de três gerações. Recordando a vida nas florestas dezenas de anos atrás, ele disse:
"Antigamente, para celebrar o Festival da Primavera, Ano Novo lunar chinês, os integrantes da tribo se reuniam em volta de uma grande fogueira, cantando, dançando, bebendo e comendo alguma carne e peixe assados, cogumelos e legumes recolhidos das florestas".
Desde o ano 2000, o governo local lançou uma série de políticas proibindo a caça, a fim de proteger o meio ambiente. Além de dar alguns subsídios de vida para os Oroqen, famosos caçadores antigos, o governo dá ajuda a eles na transformação do meio de produção e na adaptação da nova vida. Segundo E Fengjun, de caçador para agricultor, a vida dos Oroqen mudou muito. Ele disse:
"No início, tínhamos que aprender a cultivar a terra, mas muitos Oroqen não gostaram da vida de agricultor e alugaram seus terrenos para outras pessoas. Posteriormente, alguns aldeãos enriqueceram com a lavoura e os caçadores começaram a recuperar seus terrenos e cultivar a terra. Levamos agora uma vida muito melhor que antes. A caça satisfazia às necessidades mínimas de alimentação e abrigo e a vida era difícil. Depois de nos dedicarmos à agricultura, todas as famílias têm moto e camioneta".
Tal como a família de E Fengjun, os Oroqen levam uma vida confortável e todas as famílias construíram novas casas, até a dieta diária se enriqueceu. E Yuming, filho de E Fengjun, disse que o Festival da Primavera de sua infância era bem diferente do que o de agora.
"Quando tinha 4 e 5 anos, a vida era bem diferente. Vivíamos em cabanas pequenas e baixas. Os programas da festa eram monótonos e a dieta era principalmente de carne de nossa caça. Agora, aparecem verduras e mariscos na mesa de jantar. Pela passagem da festa, compramos novas roupas e as crianças têm mais diárias e recebem os Lishi dos idosos (Segundo o costume tradicional, pela passagem do Ano Novo, os idosos dão um saquinho vermelho com algum dinheiro para os menores como prenda)".
O jantar à véspera do Festival da Primavera é a refeição mais importante na vida de chineses. Para os Oroqen, cada prato tem um sentido simbólico. Durante o jantar, costumam tomar um tipo de aguardente feita com leite de égua, que simboliza a saúde, desejando ser tão fortes como o cavalo.
Pela passagem do Festival da Primavera, E Fengjun, em língua Oroqen, expressa seu desejo para o novo ano:
"Desejo saúde e fortuna a todos. Feliz ano novo!"
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