Wang Pan, uma jovem chinesa que trabalhava em uma fábrica de produtos eletrônicos na cidade de Dongguan, da maior província chinesa exportadora, Guangdong, agora está desempregada.

A pequena empresa onde a jovem trabalhava está à beira da falência e teve de despedir empregados no mês de novembro ante a queda das exportações chinesas. Wang voltou à terra natal, a província de Henan, uma das principais origens de trabalhadores migrantes chineses.

"Nos anos anteriores, não pude deixar o trabalho até a chegada da Festa da Primavera. Este ano, tive de regressar mais cedo", lamentou.

Wang faz parte dos numerosos trabalhadores migrantes desempregados que voltam à terra natal nas áreas rurais já que a crise financeira atingiu os negócios das províncias chinesas mais industrializadas.

Normalmente, os milhões de trabalhadores migrantes provenientes de áreas rurais se deslocam para trabalhar nas cidades e enviam parte dos salários às famílias. O dinheiro mandado por eles constitui uma grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) dos locais de origem deste tipo de trabalhadores.

Hoje, os governos de diversas instâncias da China estão tentando auxiliar estes trabalhadores na busca de novos empregos.

"Nunca vamos ignorar os impactos que as dificuldades econômicas impõem sobre as necessidades de longo prazo dos trabalhadores migrantes", declarou Liu Tao, subdiretor do Departamento Provincial de Recursos Humanos e de Seguridade Social de Henan.

O governo provincial de Henan pretende encorajar estes trabalhadores a iniciarem seus próprios negócios. Por enquanto, 110 mil empresas foram criadas por 560 mil trabalhadores migrantes nessa província, proporcionando emprego a 2,2 milhões de pessoas, revelou o funcionário.

Mais cursos de capacitação e sugestões serão oferecidos em Henan para ajudar na procura por emprego, possibilitando o acesso a conhecimentos em agricultura, pesca e criação de animais domésticos, acrescentou.

Na província vizinha de Hebei, onde foi registrado o regresso antecipado de 410 mil trabalhadores migrantes, o governo lançou políticas preferenciais para que tenham acesso a mais recursos financeiros, técnicas e terrenos.

Já na província de Yunnan, no sudoeste do país, mais de 110 empresas marcaram presença terça-feira na feira de emprego realizada na capital, Kunming, onde foram disponibilizadas mil vagas para trabalhadores migrantes.