"O mundo precisa conhecer Beijing", declarou em entrevista à Xinhua a jornalista brasileira Luiza Inez Vilela Ramos após visitar por treze dias, como turista, a capital chinesa com sua amiga e conterrânea Heloísa Fernandes, que concordou com a recomendação.
"Eu achei Beijing uma cidade espetacular e fascinante", destacou Fernandes, que cursou na universidade a mesma carreira de sua colega de viagem e de trabalho, pois ambas são funcionárias da Rádio Nacional, emissora oficial do governo brasileiro.
As duas se disseram encantadas com a modernidade que encontraram e sublinharam a satisfação que tiveram por se sentirem seguras ao andar nas ruas, onde também ficaram satisfeitas com o transporte público, a organização do trânsito, a simpatia dos cidadãos, entre outras qualidades que apontaram.
"É uma cidade de vanguarda e que mesmo assim não abandonou o que é mais importante para quem vive em Beijing: os jardins, as áreas de convivência, os parques com rosas maravilhosas", disse Fernandes, produtora e apresentadora de programas de rádio.

Ela comentou que antes de chegar para sua primeira visita à China "sonho que disse alimentar desde criança" já imaginava uma Beijing avançada em termos arquitetônicos e urbanísticos. "Mas quando cheguei fiquei impressionada: é muito mais moderna do que eu pensava!", exaltou.
A jornalista comentou que a cidade aparentemente conta com uma organização em suas vias públicas melhor do que onde mora: Brasília.
Vilela Ramos, apresentadora de programas na Rádio Nacional Amazônica, indicou que "a imagem que eu tinha era que o trânsito (de Beijing) era confuso, mas me surpreendi por ver que flui muito bem". Isso, em sua opinião, ajudou a aumentar "a sensação de segurança que eu tive o tempo todo que fiquei em Beijing".

As duas jornalistas, que moram em um país com altos índices de violência urbana "como assaltos, seqüestros, acidentes de automóveis" lembraram haver conhecido outra brasileira que se disse maravilhada com Beijing.
"Ela nos falou que retornaria a São Paulo em outubro, e que teria de voltar a se acostumar com andar com a bolsa bem apertada entre seus braços para evitar ser roubada, coisa que aparentemente é muito difícil acontecer em Beijing", lamentou Vilela Ramos, uma profissional do rádio brasileiro bastante premiada.
Em relação aos preparativos para a Olimpíada, elas avaliaram que a cidade está pronta. Nesse sentido apontaram, por exemplo, a abundância de táxis e como muitos motoristas se preocupam em forrar os bancos dos automóveis com panos brancos para mostrar asseio aos passageiros.
Por outro lado, enfatizaram que a barreira do idioma, apesar de o mandarim ser quase impossível de entender para que não o conhece, pode ser superada pelos turistas estrangeiros.
"Eu acho que uma grande facilidade que o turista vai encontrar nos restaurantes são os cardápios com fotos. Isso resolve o problema da barreira da língua", declarou Vilela Ramos. Ela destacou a variedade de restaurantes com diversos tipos de cozinhas e temperos, tanto chineses como estrangeiros.
"Para mim, o povo chinês está preparado para as Olimpíadas. Está super receptivo. E apesar de o idioma ser muito diferente, eles sempre tentam se comunicar para que a gente possa entender e conseguir se comunicar", acrescentou Fernandes.
Em termos negativos, as duas brasileiras apenas sugeriram que as autoridades chinesas deveriam dar um melhor treinamento aos motoristas de táxi em relação à localização das sedes olímpicas.

Comentaram que por várias vezes, mesmo com ajuda de endereço em ideogramas em mandarim e com auxílio de intérpretes chineses, tiveram dificuldade para chegar a pontos que servirão aos eventos da olimpíada, porque muitos motoristas os desconheciam.
"Alguns taxistas, por exemplo, não sabiam onde ficava o Ninho de Pássaro (estádio Nacional) e isso me deixou um pouco preocupada, mas eu acho que até agosto isso vai se resolver", disse Fernandes..
Mas esse contratempo não arranhou nem de longe toda a admiração das duas jornalistas por Beijing. Ambas querem voltar mais vezes para passear na capital e em outras cidades da China.
"Chamou-me a atenção a amabilidade dos chineses. Eu achava que eles seriam muito sérios, mas achamos pessoas sorridentes. Os chineses são muito alegres e amistosos", apontou Vilela Ramos. Já a sua colega, disse que se tiver oportunidade pensa até em vir morar em Beijing por uns tempos.
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