O mosteiro de Kaiyuan conserva esculturas antigas: altos-relevos do remoto bramanismo, figuras com rostos humanos e corpos de animais do antigo Egito, entalhes em pedra com seres que são metade aves e metade humanos, capitéis de colunas coríntias da Grécia e tigres e dragões entalhados à moda chinesa. Muitas obras pertencentes à decoração das construções religiosas medievais, que pensava-se estarem perdidas, foram recolhidas e restauradas, e hoje estão expostas no mosteiro.
Nos pátios laterais, de frente para o palácio principal, erguem-se os pagodes do Leste e do Oeste, cuja construção é um orgulho para os habitantes de Quanzhou. Eles os utilizam como emblemas dos produtos típicos da região. Cada pagode tem cinco andares, em cada um dos quais há 16 budas esculpidos em pedra, ou seja, dois budas em cada um de seus oito ângulos. Estas esculturas, com o tamanho natural humano, representam monges chineses e indianos. Nos quatro lados das bases de ambos os pagodes estão esculpidas 40 hagiografias da vida de Sakiamuni, assim como imagens de pássaros, animais e flores. Estes pagodes, duas maravilhas de nossa antiga arquitetura, caracterizam-se pela estrutura de pedra que substitui completamente a de madeira, traço que os distingue dos demais pagodes da China.

Como é sabido, a cidade de Quanzhou é um importante porto marítimo da província litorânea de Fujian. Graças a sua atrativa formação geográfica, de porto aberto a todo o mundo, sempre foi uma concentração humana que deixou uma tradição cultural bastante variada, como a religião, por exemplo. Ali deixaram suas marcas quase todas as religiões. Em outros tempos, além do budismo e do islamismo, houve também o taoísmo, o Ming Jiao, religião da Claridade, uma antiga seita do maniqueísmo. Também ali esteve o hinduísmo, o Jing Jiao, religião da Aspiração, antiga seita chinesa, o catolicismo e até o judaísmo. Mas, sobre todos estes credos, prevaleceu o Islã, que foi superado apenas pelo budismo em número de fiéis.
É interessante mencionar, especialmente, a Mesquita de Qing Jing, que em chinês significa Pureza. Localizada na rua Tumen, é um dos locais islâmicos com maior história em nosso país. É construída inteiramente em granito, imitando a forma dos templos islâmicos de Damasco, na Síria.
A rua Tumen é estreita e quase sempre está congestionada por carros e transeuntes. No entanto, o visitante capta imediatamente a sensação solene e imponente quando entra no salão da mesquita, semi-abobadado e com 20 metros de altura, e de cuja cúpula pende como adorno uma flor de lótus esculpida. O salão, com três entradas, forma um caminho longo e profundo, que aumenta a sensação de solenidade.
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