Na sua visita à China, o vice-presidente brasileiro José Alencar esteve na Escola Primária de Shijia. De volta ao Brasil, numa reunião com centenas de prefeitos brasileiros, ao falar daquela Escola Primária, o vice-presidente brasileiro mostrou-se entusiasmado e impressionado com o nível da educação na China.
Aos olhos de muitas pessoas, a Escola Primária de Shijia com instalações moderníssimas não representa a realidade da educação na China. Desde 2007, a China tem incluído no orçamento público a educação de 150 milhões de alunos do ensino fundamental e médio, de modo a garantir a gratuidade da educação obrigatória nos meios rurais da região Oeste. Mas, nas cidades, a educação obrigatória não é completamente gratuita e chega a consumir um terço da renda familiar.
Segundo o Relatório de Desenvolvimento da Educação divulgado pela Academia Chinesa de Ciências Sociais, uma pesquisa de opinião sobre a situação da educação do país revelou que mais de 77,8% dos entrevistados estão insatisfeitos, e apenas 4,1% manifestaram-se satisfeitos ou muito satisfeitos. Entre os entrevistados, os estudantes são os mais insatisfeitos com a educação. Enquanto a China obteve grande sucesso na reforma do sistema educacional e na elevação da qualidade do ensino, o índice de satisfação é relativamente baixo.

Como a verba para a educação no orçamento nacional só ocupa 4%, uma proporção mediana em comparação com outros países, o governo chinês está ampliando investimento em educação e se esforçando pela distribuição justa dos recursos nessa área, a fim de encontrar, o quanto antes, soluções para problemas como a disparidade entre a educação urbana e a rural.
O Brasil, com uma população de 180 milhões de habitantes, também é um país em desenvolvimento. Desde a década de 1990, o país adota a educação obrigatória gratuita de 8 anos para todos os cidadãos e o sistema de seguridade social para toda a população. O governo brasileiro investe muito em educação. Segundo as leis brasileiras, 18% do orçamento do governo federal e 25% do estadual devem ser destinados à educação. As creches, os jardins de infância e as instituições públicas do ensino fundamental, médio e superior não cobram despesas escolares. Com exceção das universidades e de parte das escolas do nível médio, todos os estabelecimentos públicos de ensino oferecem gratuitamente materiais escolares e didáticos, além da merenda escolar. Para garantir o acesso dos alunos carentes à educação, o governo oferece a cada família uma bolsa mensal equivalente a 50 yuans em RMB e uma cesta básica. Os trabalhadores migrantes podem matricular seus filhos nas escolas públicas da cidade onde trabalham, bastando para isso apresentar o certificado emitido pela escola de origem.
As medidas adotadas pelo Brasil podem ensinar muito à China.
No início de 2007, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva lançou um programa complexo para o desenvolvimento da educação e anunciou uma reforma revolucionária no setor. O programa prevê medidas como a informatização das escolas públicas, o estabelecimento de uma meta clara para promover a eqüidade e o aumento do investimento na educação continuada dos professores.
Seja como for, as medidas adotadas pela China e pelo Brasil demonstram que o desenvolvimento da educação requer grandes esforços, mas pode trazer uma contribuição significativa para o crescimento econômico do país.
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