Ji'nan, capital da província de Shandong, no leste da China, preserva um condomínio da etnia Hui, onde se encontra o único restaurante indiano da cidade. A casa, chamada Jasmim, está sempre lotada. Hoje, vamos lá sentir o ambiente exótico e conhecer seus dois donos paquistaneses- Shadi Abu Zarqa e Naveed Asghar.
O cheiro misto de incenso indiano com pratos elaborados com curry enche o nariz de quem entra no restaurante. As paredes são enfeitadas com cartões-postais da Índia e do Paquistão, e a televisão de tela grande mostra danças de charmosas mulheres indianas. Os garçons, vestidos com trajes tradicionais, bem como os idiomas falados pelos clientes fazem da visita um mergulho em um mundo misterioso e antigo.
No restaurante, encontramos Shadi Abu Zarqa, do Paquistão. Elegante e bonitão, ele é um bom amigo do atual dono e do ex-dono da casa. Ele nos contou como tomou a iniciativa de abrir um restaurante indiano:
"Muitos dos meus amigos são paquistaneses e indianos. Eles não estão acostumados à comida local. Em virtude disso, montei a casa para vender pratos da Índia".
Shadi chegou a Ji'nan há 4 anos e está estudando na Universidade de Shandong. No início, ele não estava habituado aos pratos chineses e decidiu abrir este restaurante, que atrai não apenas paquistaneses e indianos, mas também clientes de outros países.
Com o passar do tempo, Shadi se apaixonou pelos pratos chineses, atraído pela cultura abundante do país:
"Adoro a cultura chinesa. Vim aqui para aprender cultura e economia. Quando pisei na terra, não tinha a menor idéia do que era. E meus amigos me ajudaram muito. Meu amor pela China aumenta a cada dia mais, é o melhor país que há".
Segundo Shadi, os investidores estrangeiros podem aproveitar muitas políticas de incentivo. Por isso, seu restaurante vem gerando bons negócios. Para ele, o clima ameno, a cidade limpa e o povo receptivo e hospitaleiro de Ji'nan são motivos para ele continuar ali.
"É muito conveniente viver aqui. Posso comprar tudo da melhor qualidade. A China tem muitas coisas a oferecer. 90% dos produtos vendidos no exterior vêm deste país, como sofás, televisores e computadores. Eu morei dois anos na França, seis anos na Inglaterra e meio ano na Rússia, mas achei a China melhor. Falo a verdade, os chineses são muito bondosos".
Shadi leva uma vida feliz em Shandong e fez muitas amizades. Há meio ano, seu amigo paquistanês, Naveed Asghar assumiu a casa, tornando-se o segundo dono do restaurante Jasmim. Sendo vizinhos próximos, Índia e Paquistão desfrutam dos mesmos hábitos alimentares e culturais. Por isso, gerenciar um restaurante indiano é muito prazeroso para Naveed.
"Em Ji'nan não podemos provar os pratos indianos ou paquistaneses. Mas, em Beijing, Shanghai, Guangzhou e Yiwu tem bastante. No entanto, há muitos estrangeiros aqui, por sinal, os americanos e britânicos gostam da comida indiana".
Segundo Naveed, os condimentos e alguns ingredientes da casa são importados da Índia e do Paquistão. Seus cozinheiros também são destes países. O objetivo é garantir o gosto e qualidade. O prato-chefe do restaurante é o arroz preparado com curry, uma delícia:
Além da boa qualidade, o Jasmim oferece excelentes serviços. Agora, a cada dia, mais chineses freqüentam a casa.
Para se adaptar o gosto dos chineses, a cozinha oferece pratos mais leves e menos picantes. Naveed disse:
"No inicio, os chineses não freqüentavam muito nosso restaurante, achando os pratos picantes demais. Então, deixo que eles experimentem. Agora, muitos chineses recomendam a casa para seus amigos".
O paquistanês Mohamad Yousaf é estudante da Universidade Médica de Shandong e também cliente assíduo do restaurante. Sempre que tem saudade de sua terra, vem aqui:
"Quando cheguei a Ji'nan, era difícil encontrar pratos muçulmanos. Para mim, o restaurante mata saudades".
Para Yousaf, viver em Ji'nan parece estar em casa. A vida é muito confortável.
"Se tiver oportunidade, vou ficar em Ji'nan".
Com a expansão dos negócios, a casa já não comporta tantos clientes. O sonho de Naveed é abrir um filial maior na rua mais movimentada de Ji'nan. Como amigo dele, Yousafa apóia muito o plano:
"Espero que ele possa ter um futuro brilhante para servir mais colegas paquistaneses e indianos. Desejamos que mais chineses provem nossos pratos típicos".
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