Os alunos beijineses poderão aprender em suas escolas a arte e entretenimento favorito de seus avôs, pois algumas peças da Ópera de Beijing serão apresentadas no semestre que iniciou em fevereiro.
"Espero minha primeira aula de música para aprender a Ópera de Beijing e parar por-me essa fantástica maquilagem facial", comentou Zhang Yaoyin, aluna do terceiro ano da Escola Primária Experimental nº 2 de Beijing.
A Ópera de Beijing foi incluída nos cursos de música em 20 escolas primárias e secundárias da capital chinesa, com o fim de promover a cultura tradicional do país.
Para o pai de Yaoyin, Zhang Suhan, a ação é imprescindível para a preservação e o rejuvenecimento da cultura chinesa.
A Ópera de Beijing, conhecida como a ópera nacional da China, tem uma história de mais de 200 anos, é uma arte que combina a música, dança, belas artes e acrobacia, e é considerada uma expressão simbólica da cultura chinesa. Enfrenta o risco de extinção, porque seu ritmo lento e sua lírica abstrusa têm afastado os jovens, quem preferem a cultura popular.
O Ministério de Educação da China decidiu em fevereiro iniciar um projeto piloto para ensinar a Ópera de Beijing em 200 escolas de 10 províncias, municipalidades e regiões autônomas do país no novo semestre.
Quinze obras da Ópera de Beijing, tanto peças clássicas e modernas, foram incluídas no programa.
Os professores de música nas escolas têm que aprender como interpretar a Ópera de Beijing antes de dar aulas a seus alunos, já que a maioria deles não sabe atuar esta arte quase esquecido, segundo o diretor de uma escola no bairro de Dongcheng da capital chinesa.
Sem embargo, a notícia tem provocado uma polémica entre os chineses. De acordo com uma pesquisa realizada pelo portal chinês de notícias, Netease, cerca de 70 por cento dos entrevistados manifestaram a oposição ao projeto e para algumas pessoas, a falta de capacitação de professores e uma instrução forçada poderia desalentar aos estudantes.
O Ministério de Educação de China afirmou que o novo currículum da Ópera de Beijing em escolas do país não é obrigatório senão um curso promocional para ajudar aos estudantes a apreciar melhor a cultura chinesa.
"As aulas de Ópera não são obrigatórias mas sim um programa piloto que se aplicará em algumas escoas entre março e julho do próximo ano," disse recentemente o porta-voz do Ministério Wang Xuming em uma conferência de imprensa.
"A aula é uma significativa ação para incentivar o espírito nacional e cultivar o patriotismo dos estudantes", disse Jiang Peimin, diretor do Departamento de Educação Básica do Ministério.
Wang indicou que o programa ainda está a prova e que o Ministério solicitará opiniões de todos os círculos da sociedade.
O Ministério de Educação decidiu este mês iniciar um projeto piloto no novo semestre em 200 escolas nas províncias e municípios de Beijing, Tianjin, Shanghai, Heilongjiang, Jiangsu, Zhejiang, Jiangxi, Hubei, Guangdong e Gansu.
O projeto indica 15 peças da Ópera de Beijing, incluindo clássicas e modernas, nos cursos de música para estudantes.
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