A Vila Montanhosa de Veraneio de Chengde fica a mais de 200 quilômetros da cidade de Chengde, na província de Hebei, no norte da China. O local é considerado o segundo centro político da dinastia Qing (1644-1911).
Sua construção começou em 1703 e terminou em 1792, passando pelo reinado de três imperadores. Seu gigantesco jardim imperial, o maior do mundo (com uma área de 5,64 milhões de metros quadrados, ocupando o dobro do Palácio de Verão de Beijing) e os templos a seu redor a incluíram na lista de Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco, em 1994.
Desde 1708, os imperadores da dinastia Qing se retiravam para a vila de veraneio de Chengde com a chegada do calor. Ali, permaneciam por vários meses e continuavam governando o país. O imperador recebia com freqüência enviados estrangeiros ou chefes das minorias étnicas, que iam até a vila para despachar sobre assuntos políticos ou como convidados para as grandes celebrações.

Na vila distinguem-se quatro partes bem diferentes: os palácios, o lago, a planície e as colinas. Nela, combinam-se de forma harmoniosa os estilos arquitetônicos do norte e do sul do país. Enquanto os jardins são tipicamente sulistas, os palácios têm características do norte.
Os palácios, templos e muros, de pequenas dimensões, estão construídos em ladrilho verde, telhas cinzas e madeira nua, em contraste com as telhas amarelas e muros vermelhos do Palácio Imperial de Beijing. Os palácios serviam como residência imperial, centros de reuniões e de festas.

O lago, dividido por oito ilhotas, reúne características próprias do sul do rio Yangtsé, que historicamente separa o sul e o norte do país, com sua pesca e seus campos de arroz. Ao norte do lago fica a planície, uma vasta extensão de pradarias e bosques.
A quarta e última das partes da vila, ocupada por bonitas colinas entremeadas por barrancos, representa 75% do terreno total. Nas encostas das colinas oriental e setentrional ergue-se um imponente e majestoso conjunto de templos. Destacam-se os "Oito Templos Exteriores". São eles os templos do Amor Universal, da Misericórdia Universal, da Alegria Universal, da Grande Tranqüilidade, da Paz Universal, de Xumifushou, de Putuozongcheng e de Shuxiang.

O templo de Putuozongcheng, o maior de todos eles, foi construído à semelhança do Palácio Potala de Lhasa, no Tibete, por isso, também é conhecido como Palácio Potala Menor. O templo da Grande Tranqüilidade imita o Templo de Gurzha, em Xinjiang, e o templo de Xumifushou foi erguido à imagem do de Tashihumbu, também no Tibete.
As formas artísticas plasmadas nestas construções não apenas refletem a unidade nacional, mas contribuíram para fomentar os intercâmbios entre os estilos arquitetônicos das diversas etnias da China.
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