O número de estudantes universitários da China se manterá no pico deste ano, mas o ritmo de aumento apresentará a maior desaceleração em 10 anos, informou recentemente o Ministério da Educação.

A China planeja receber 5,99 milhões de estudantes em 2008, uma alta de 5% em relação ao ano anterior. A taxa de crescimento, que cai há nove anos consecutivos, chegará, em 2008, ao ponto mais baixo, desde que a China expandiu pela primeira vez a escala de registro, em 1997.

O ministério não revelou a razão desta tendência, mas o crescimento de taxa de desemprego seria um fator possível.

Cerca de 20% dos alunos graduados em 2007 não encontraram um emprego, de acordo com um livro azul publicado pela Academia de Ciências Sociais da China.

O exame de recrutamento de funcionários públicos torna-se muito competitivo, pois muitos graduados universitários buscam estes cargos.

Desde que o país começou a organizar exames de seleção de funcionários públicos, em 1994, as vagas no governo se tornaram uma das profissões mais populares para os chineses que procuram emprego, devido a renda estável, posição social e bem-estar.

Em 2007, mais de 530 mil participantes competiram para 12,7 mil postos no governo, 42 pessoas em média por vaga.

No ano passado, mais de 800 mil pessoas participaram do exame para funcionários públicos em dezembro, segundo informou o Ministério dos Recursos Humanos.

Paralelamente à queda de crescimento de número de estudantes universitários neste país, se registrará um número estimado de 200 mil estudantes que continuarão os estudos no exterior neste ano, enquanto um crescente número de chineses querem voltar ao país para trabalhar, disse dia 17, o jornal China Daily.

"A cruel competição por um emprego no país, a moeda chinesa mais forte, e um ambiente favorável de visto e bolsa contribuirá para que mais estudantes viajem para o exterior", disse gerente geral do Grupo de Cooperação Internacional de Educação da China, Li Guanjun.

De acordo com o jornal, Li previu um aumento de 30% no número de estudantes que vão ao exterior.

O número de chineses que saíram do país para estudar no exterior foi de 150 mil no ano passado.

Espera-se que o número de graduados de escolas secundárias chegue ao recorde de 14,8 milhões, e o de universitários, 5,5 milhões, neste ano. Segundo o Ministério da Educação da China, as cifras foram 14 milhões e 5 milhões no ano passado, respectivamente. No entanto, um quinto dos estudantes universitários não conseguiram encontrar um emprego até o final do ano passado, acrescentou o ministério.

Os Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Canadá estão entre as primeiras escolhas dos chineses para continuar os estudos.

Por outro lado, mais chineses querem voltar para a China para trabalhar, depois de terminar o estudo no exterior graças ao crescimento econômico do país.

De 1978 até 2006, cerca de 1,1 milhões de chineses estudaram no exterior, e 26% deles, ou seja, 275 mil voltaram para a China, de acordo com o Ministério da Educação.

Porém, a situação está mudando porque "o ambiente doméstico de comércios está muito melhor e, desta forma, aumenta o número de estudantes que querem voltar para a casa", disse Yu Minhong, presidente do Grupo do Oriente Novo de Beijing, uma famosa organização de ensino de línguas estrangeiras, que ajudou milhares de chineses a estudar no exterior.